Eleitor cara de pau...

DAVI NOGUEIRA

Publicada em 25 de July de 2014 às 10:22:00

1. Eleitor cara de pau...


Quando eu vejo a relação de candidatos a deputados estaduais, federias e senadores de meu Estado (para ficar nos cargos proporcionais e na pérola de Senado) fico pensando no quanto os políticos acreditam no pouco caráter do eleitor local, na memória de protozoário do cidadão comum e na parceira absurda da estrutura jurídica que administra nosso processo eleitoral, cuja leniência, morosidade e conivência contribuem para a perpetuação de absurdos cavernosos...

2. Pedindo para ser enganado...

Há várias cidades de nossa região cujo aspecto, lamentavelmente, assemelha-se ao lixo não reciclável. Totalmente desorganizadas na essência, na aparência, na alma... e tudo, pela nossa aparente passividade, tende a ser normal. Nelas, praticamente, pouquíssimas coisas funcionam. Sujeira abundante, mato com fartura, buracos centenários, obas inacabadas misturam-se com a conivência de munícipes convictos que nada possuem de responsabilidade com o caos onde estão. A maioria de nós já está tão acostumada à bagunça e ao cenário de pós guerra em nossa porta que tudo parece corriqueiro, irrelevante, normalíssimo... Essas coisas tornam-se fatores determinantes a impedi-los de limpar a frente de suas casas (por exemplo).

3. Processo Político X Processo Jurídico

Há que se refletir muito na velocidade e na eficiência dos processos depuradores e purificadores de uma organização social qualquer. A vida política, mesmo sob o risco de erros a serem reavaliados no futuro, precisa de ritos sumaríssimos a partir de mecanismos mais inteligentes. Há políticos caras de pau, escorados em bons advogados, que arrastam questões graves por anos a fio, se permitindo pousarem de vestais da moralidade, numa afronta total a inteligência alheia. Com isso, se apresentam e reapresentam como candidatos à representação popular apostando cegamente em suas “lábias viscosas” e demagógicas para convencerem o povo de seus “inúmeros adjetivos”!!!... tristemente, a conivência do eleitor, tão corrupto quanto o pretenso candidato, torna essa estratégia um sucesso.

4. Justiça lenta... nunca foi justiça!

Na maioria dos casos, não há como condenar os juízes. Amarrados pelas questões legais a serem seguidas, os magistrados amargam situações, cujo resultado leva sempre ao descrédito do cidadão comum diante de um sistema que deveria defendê-lo, principalmente, das injustiças, já que das ilegalidades... bem, essas são mais complexas. Esperar por anos a fio pelos tais “Transitados em Julgado” é perpetuar bandidos na política e manter a lambança crescente de nosso sistema representativo. As instituições sérias deste país exigem uma ampla reforma do processo eleitoral e político com a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva. Isso só acontecerá se o eleitor assumir um pouco o seu destino e mostrar sua indignidade com gestos.

5. Democracia na bandalheira

Como está hoje, não há exceção. Todos os Partidos Políticos possuem tranqueiras a serem extirpadas da vida política, caso contrário, seus conteúdos ideológicos ficam difusos. Uns mais, outros menos... uns aos quilos e outros às toneladas, o mal existe. O fato patético é que o eleitor cara de pau está pronto a dar o seu voto a quem destruiu sua cidade ou região, corrompeu processos, contaminou ações ou transformou o mandato político num balcão de negócios a seu favor pessoal em troca de um “bom papo mole”, de um “choro injustiçado”, promessas, ou um pouco de “tijolo” para concluir aquele velho muro!

Convenhamos Cara Pálida, a coisa é ridiculamente simples: as pessoas são a sua história. São aquilo que construíram ao longo da vida e das ações que cultivaram. Há bons políticos... é só usar a memória e escolhe-los.