O assalto à agência do Banco do Brasil no município de Machadinho do Oeste, na manhã desta segunda-feira, 3/12, ampliou uma estatística assustadora para funcionários, clientes e usuários de bancos que viram, em 2012, um crescente e terrível crescimento dos casos de assaltos a agências, especialmente no interior do Estado.

Na manhã desta segunda-feira, segundo informações preliminares da polícia, seis homens fortemente armados entraram na agência do Banco do Brasil de Machadinho, anunciaram o assalto e renderam muitas pessoas como refém. A quantia exata do quanto foi levado pelo bando ainda não foi revelada, mas sabe-se que dois dos muitos reféns eram funcionários do banco e as demais, clientes e usuários. Esta já é a segunda vez neste ano que aquela agência é palco da ação de assaltantes.

"É uma realidade triste e que amplia este sentimento de medo e impotência nos trabalhadores. Já havíamos alertado ao governo do Estado sobre esta carência de efetivo policial nos municípios pequenos e mais afastados da BR-364, fator preponderante para o crescente número de ocorrências como esta que tem deixado toda a população em pânico", lamentou o presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB/RO), José Pinheiro.

O sindicalista mencionou que, além de Machadinho, municípios como Cacaulândia, Rio Crespo, Monte Negro, São Miguel do Guaporé e Nova Brasilândia, que também foram palco da ação dos criminosos. Para Pinheiro, a distância destes municípios da principal rodovia federal, o difícil acesso a eles e, principalmente, o efetivo policial extramente reduzido (ou quase inexistente) são os fatores que contribuem para a ação das quadrilhas especializadas em assaltos.

“Mas também tivemos assaltos às agências bancárias de Ariquemes e Porto Velho, o que comprova que os criminosos estão cada vez mais audaciosos e certos da impunidade e da ausência de segurança pública. Estamos há meses falando sobre este legítimo clima de terror que se instalou no Estado, uma violência sem fim dentro e fora das agências bancárias e demais segmentos do ramo financeiro. É imperativo que as autoridades dêem uma resposta rápida e eficiente à sociedade, prendendo estas quadrilhas que agora transformaram a rotina do cidadão rondoniense num sentimento generalizado de insegurança”, acrescentou José Pinheiro, que também voltou a questionar a desobediência dos bancos em não cumprir com as leis de segurança bancária e onde são determinadas as adoções de mecanismos de segurança dentro e fora das unidades.

O Sindicato fez um breve levantamento dos números de crimes cometidos dentro e fora das agências e demais lojas do ramo financeiro e constatou que, além dos oito assaltos à agências bancárias, as explosões e arrombamentos de caixas eletrônicos chegaram  a 30 em 12 cidades diferentes.

"A verdade é ainda mais dura quando pensamos que, por essa notória falta de segurança pública, essa carência de efetivo e o desrespeito dos bancos com as leis de segurança bancária, Rondônia vai acabar se tornando uma espécie de 'paraíso' para as quadrilhas de outros estados, ou seja, daqui a pouco vamos estar 'importando' criminosos por conta do sentimento de ausência total de segurança pública neste Estado", concluiu o presidente.