A debandada petista

Valdemir Caldas

Publicada em 27 de July de 2015 às 08:12:00

Não se pode negar que o envolvimento de membros do Partido dos Trabalhadoresem denúncias de corrupção, cujos detalhes sórdidos apontam a existência de irregularidades gritantes até mesmo para quem apenas sabe somar dois com dois, vem causando um acentuado processo de transfuga nos quatro cantos do país.

Vem da cidade de Cacoal, a notícia de que petistas históricos (como o ex-deputado estadual Neri Firigolo), antes chamados de companheiros e, hoje, de belicosos(que tem inclinação para a guerra, para o combate; que faz guerra por vocação e vezo; belígero), resolveram deixar o partido, decepcionados que estão com as bandalheiras denunciadas na administração do prefeito Padre Franco.

Como se vê, o PT de hoje mais parece um barco onde seus passageiros estão aterrorizados, pois não sabem nem mesmo em que direção está a proa, muito menos até onde a tormenta poderá levá-los. E, quando aparece alguém para prevenir os timoneiros do barco à deriva, dos perigos mortais que rondam a todos, em vez de ouvir e receber de seus comandantes o estímulo e o respeito merecidos, passa a ser tratado com desdém, lançando sobre ele toda sorte de maledicência.

Consolida-se, assim, a ideia de que os acusados estariam dispensados de prestar contas à Justiça simplesmente pelo fato de que as denúncias não teriam partido de pessoas idôneas. Com isso, vai-se tornando comum admitir-se que, se o cidadão comete um crime, ao invés de merecer castigo exemplar, deve ele ser imitido.

É preciso respeitar mais a opinião pública. Ninguém deseja que as estruturas partidárias sejam formadas por puros e inatacáveis. Mas o que se deseja e que, quando flagrado algum deles, que se permita descer sobre sua cabeça as penalidades da lei e não se lhe ofereça o abrigo de desculpas e justificativas que desmerecem seus autores aos olhos da sociedade.