A quem interessa o caos

Valdemir Caldas

Publicada em 12/11/2012 às 08:02:00



A administração Confúcio Moura mais parece um barril de pólvora prestes a explodir. Na raiz dos problemas contra os quais o governo se debate, residem interesses difusos, que correm, como uma corrente vulcânica, pelos labirintos do palácio Getúlio Vargas.

Ora o governador deseja uma coisa, ora a Assembléia Legislativa intenciona outra; ora ele quer fazer a coisa de um jeito, ora, ainda, aliados o convencem a fazer de outro. No fundo, ninguém se entende. Isso fica cada vez mais evidente, diante dos óbices enfrentados pelo dirigente estadual.

Nesse turbilhão de interesses esfuziantes, o que não faltam são pessoas dispostas a atear fogo ao pavio e mandar tudo pelos ares. Muitas delas, inclusive, encasteladas no próprio governo. A disputa por espaços no governo tornou-se mais acirrada, contribuindo, assim, para desfigurá-lo.

Com isso, o bom andamento da atividade pública acaba sendo comprometida pela politicagem, pelas freqüentes infrações aos deveres dos cargos, aos princípios de honra, de dignidade e de ética.

Às vezes, é melhor enfrentar adversários da estirpe do ex-governador e senador Ivo Cassol, cujas intenções são por demais conhecidas, do que ter aliados que se preocupam apenas em inchar a máquina com cabos eleitorais, para colherem dividendos políticos e, de quebra, facilitarem a vida de grupelhos.

Muitas das dificuldades que asfixiam a administração Confúcio resultam dessa realidade. O problema é que a maioria dos políticos não parece interessada em resolver absolutamente nada, preferindo, no seu egocentrismo delirante, viver de futricas e armações, em lugar de agir como verdadeiros intermediários da sociedade.

O governo precisa se organizar e passar a atuar em função de disso. Chegou a hora de chutar o pau da barraca e mandar às favas os aproveitadores e os parasitas que insistem em cevar sua avidez onírica à custa do erário, sem nada produzirem em proveito da população.

Governador Confúcio Moura, já lhe disse anteriormente e o faço novamente: governe! Chame a si a responsabilidade. Comece se livrando o quanto antes dos bajuladores, dos fofogueiros de plantão e dos falsos aliados que o cercam.

Lembre-se de que o senhor foi eleito não pela cúpula de seu partido, mas por milhares e milhares de rondonienses, que acreditaram no sonho de uma Rondônia próspera e humana.

Não são apenas seus adversários que torcem para ver o seu governo no buraco. Há muita gente ao seu lado trabalhando para que a sua administração mergulhe, definitivamente, no caos.