Advogado aponta jornalista, médico e empresários como responsáveis por prisão de prefeito em Vilhena 

Josemário garante, no entanto, que declarações à PF foram incorretas.

Publicada em 17 de November de 2016 às 10:49:00

O FOLHA DO SUL ON LINE entrevistou, ontem, o advogado Josemário Secco, que explicou o que levou a Polícia Federal a prender preventivamente o prefeito Zé Rover (PP). Mesmo colaborando com as investigações da própria PF sobre ilegalidades em sua administração, Rover acabou sendo levado para o Centro de Correição da PM em Porto Velho, onde continua preso.

O advogado apontou as quatro pessoas que teriam sido responsáveis diretas pela prisão do líder vilhenense: o jornalista Luís Serafim, ex-secretário de Comunicação, que também chegou a ser preso pela PF; o médico Eduardo Molinari, dono da clínica Mega Imagem; e os empresários Adalberto e Rofolfo Compagnoni, pai e filho, proprietários da firma Tratorcampo.

Josemário revelou que as declarações de Serafim, afirmando que agiu a mando do prefeito, quando cerca de R$ 600 mil foram desviados da Semcom, não são verdadeiras. “Vamos provar que o Rover não sabia de nada, tanto que não tem um único cheque assinado por ele para pagar empresas de comunicação”, garante Secco.

A denúncia de Molinari também foi explicada pelo profissional: “Ele se apavorou quando uma conversa sua com outro advogado vazou no WhatsApp e procurou a Polícia Federal. Lá, contou que o Rover o pressionou para doar cerca de R$ 160 mil para sua campanha à reeleição em 2012”.

Josemário garante que a doação, feita através de caixa 2 pelo médico foi feita espontaneamente. “Não se sustenta essa conversa de que houve pressão por doação eleitoral”.

Quanto aos empresários, os dois também teriam resolvido procurar a PF porque, anteriormente, haviam negado ter qualquer negócio com Rover. Ao refazerem seus depoimentos, os Compagnoni teriam contado que guardavam em suas contas cerca de R$ 200 mil que teriam sido emprestados por Rover em 2010.

Secco diz que, ao contarem esta versão, os empresários teriam dado a entender que a origem do dinheiro cedido a eles por empréstimo tinha origem ilícita. “Mas foi o próprio Rover quem procurou os dois para que fosse feito o registro do empréstimo, que estava garantido apenas pela palavra”.

O prefeito vilhenense afastado, conforme a explicação de seu defensor, tem como provar que o montante emprestado é resultante da venda do estoque do supermercado que ele fechou para se dedicar apenas ao mandato.

 

INJUSTIÇADO

Já ouvido algumas vezes por promotores e procuradores em Porto Velho, Rover disse, através do advogado que o representa, que pretende continuar colaborando com as investigações e a justiça. “Mas ele se sente muito injustiçado por ter sido preso em virtude de declarações incorretas, feitas entre os dias 1 e 4 deste mês, por pessoas que sempre respeitou. Também é absolutamente indevida a classificação dele como ‘chefe da organização”, expressão infeliz cunhada por um promotor que acompanhou sua prisão”, finaliza Secco.

Em nome do direito ao contraditório e à ética jornalística, o FOLHA DO SUL ON LINE abre espaço para todas as pessoas mencionadas. Embora seus nomes constem de recurso impetrado na justiça pela defesa de Rover, o site entende que é direito delas se manifestar sobre as acusações, caso assim desejem.


Fonte: Folha do Sul