Anunciada prévia de aumento de medicamentos - veja impacto para o consumidor

O aumento não se dá por um índice fixo, mas variando por produto.

Publicada em 18 de março de 2017 às 10:44:00

 

Qual o impacto do aumento de preços dos medicamentos na vida do consumidor? Recentemente a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) apresentou cálculos preliminares que opontam que os medicamentos terão um reajuste médio nos preços de cerca de 3,4%. 

O valor vai de encontro com os projetados pelas indústrias e consultorias participantes da Conferência Febrafar e Abradilan de Líderes do Mercado Farmacêutico, que aconteceu na sede da Febrafar, em São Paulo, nos dias 15 e 16 de fevereiro de 2017. Na ocasião vários dos participantes afirmaram que o reajuste neste ano ficaria abaixo da inflação. 

O aumento não se dá por um índice fixo, mas variando por produto. Sendo que a taxa dos produtos com maior concorrência deve ser de cerca de 1,6%, e, para os mais inovadores, deverá chegar a 5%. Contudo, os números definitivos do aumento devem sair apenas em março.

Importância do preço para o consumidor

Essa notícia terá grande impacto para o consumido, sendo que esse prioriza o preço na hora de adquirir medicamentos. Essa é uma das conclusões da pesquisa Análise do perfil de compra dos consumidores de medicamentos, realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC). Segundo a pesquisa, 45% dos consumidores trocam os produtos que procuravam por genéricos ou similares de menor preço; a quase totalidade desses clientes buscava economia.

A pesquisa teve como objetivo apurar as características de compras de medicamentos dos brasileiros, o tipo de medicamento adquirido, o percentual de consumidores que portavam receituário e o índice de troca de medicamento, bem como os motivos que levaram a essa troca.

Segundo a pesquisa, dos entrevistados que foram às farmácias, 72% adquiriram os medicamentos, contudo, apenas 24% compraram exatamente o que foram comprar, 31% modificaram parte da compra e 45% trocaram os medicamentos por vontade própria ou por indicação dos farmacêuticos.

“Esse fato demonstra a existência de uma característica muito comum dos brasileiros, que é não ser fiel à marca que foi procurar em uma farmácia, ouvindo a indicação dos farmacêuticos. O principal fator de troca é o preço, demonstrando que as pessoas estão mais preocupadas com o bolso”, explica o presidente da Febrafar, Edison Tamascia.

Tal afirmação se baseia no fato de que a pesquisa constatou que 97% dos entrevistados que trocaram de medicamentos compraram uma opção de menor preço.

Força dos genéricos

A pesquisa também demonstrou a força que os medicamentos genéricos estão obtendo no mercado, sendo que 37% dos consumidores adquiriram medicamentos dessa modalidade, 32% compraram os de marcas e 31% compraram dos ambos os tipos.

“Os genéricos já venceram uma desconfiança inicial e natural que enfrentaram no mercado e, hoje, já fazem parte das opções de escolhas dos consumidores. Eles possuem um grande potencial competitivo por causa da economia que proporcionam e, como visto, os preços são fundamentais na escolha”, analisa Tamascia.

A pesquisa foi realizada com 4 mil consumidores de todo o Brasil, no momento em que saíam das farmácias nas quais efetuaram a compra.

Financeira 
Paulo Fabrício Ucelli