Atestado médico e sumiço coletivo impedem eleição de presidente da Câmara em Vilhena 

Manobra foi adotada por vereadores em desvantagem.

Publicada em 01 de janeiro de 2017 às 15:57:00

 

 

Vilhena, Rondônia - Descambou para a mais descarada “vergonha alheia” a eleição para a presidência da Câmara de Vereadores de Vilhena, que deveria ter sido realizada hoje. Enquanto nos demais municípios de Rondônia o cargo já foi preenchido após votações justas e limpas, na maior cidade do Cone Sul, a disputa foi adiada por um desaparecimento coletivo misterioso e um atestado médico no mínimo espantoso.

Na sessão presidida pela vereadora mais votada no pleito de 2016, Leninha do Povo (PTB), ficou acertado que a escolha do presidente aconteceria ao meio-dia deste domingo, dia 1º. A parlamentar, no entanto, anunciou que a votação iria acontecer uma hora após o previsto. Depois, apresentou um atestado assinado pelo médico peruano Luiz Valdez, que diagnosticou a presidente provisória da Câmara com um súbito surto de “pressão alta”. Confira na imagem secundária abaixo.

Mesmo com a surpreendente hipertensão de Leninha, que minutos antes estava lépida e fagueira no comando dos trabalhos legislativos, a votação aconteceria, não fosse outro imprevisto: os três companheiros eleitos junto com ela pela coligação da nova prefeita, Rosani Donadon (PMDB), simplesmente sumiram.

Carlos Suchi e Rogério Barrelas, ambos do PTN, junto com Vera da Farmácia (PMDB) e a acamada Leninha, deixaram de atender os celulares e, portanto, não participaram da sessão presidida pelo advogado Rafael Maziero (PSDB), o segundo mais votado, que remarcou para amanhã a eleição do presidente da Câmara.

A RAZÃO DA MANOBRA

Deixando a Câmara com apenas seis componentes, os aliados da prefeita impedem a disputa, porque o número mínimo de parlamentares em plenário (sete) para este tipo de procedimento deixa de ser atingido. Em desvantagem, como já havia mostrado o FOLHA DO SUL ON LINE (leia aqui), a base aliada parece querer jogar com o tempo.

Rosani tem apenas duas chances de reverter o placar adverso: convencer um dos oposicionistas a mudar de lado, empatando o placar e dando a votória ao aliado mais velho, o sargento Suchi, ou libertando a tempo de votar os três vereadores que não tomaram posse por estarem presos: Júnior Donadon (PSD) e Carmozino Taxista (PSDC) são votos certos. Wanderlei Graebin (PSC), mesmo tendo sido reeleito pela oposição, atenderia aos apelos do ex-prefeito Melki Donadon (PTB). Acontece que a justiça já negou duas vezes autorização para o trio deixar a cadeia. Lembre aqui.

 


Fonte: Folha do Sul