Autor do projeto que libera o uso do chicote na cadeia, Reditario Cassol precisa explicar se o método valerá para o filho presidiário

A reportagem do Globo sobre a performance de Reditario destacou uma frase que propõe a ressurreição do chicote como instrumento de ressocialização de criminosos.

Publicada em 20 de August de 2013 às 12:22:00

Augusto Nunes/Coluna Direto ao Ponto/Revista Veja

Primeiro suplente do senador Ivo Cassol, eleito pelo PP de Rondônia, o catarinense Reditario Cassol tinha 75 anos quando o filho resolveu presenteá-lo com 126 dias de inquilinato na Casa do Espanto. Para sair de folga, o titular invocou a necessidade de cuidar da saúde que o pai esbanjou entre 13 de julho e 11 de novembro de 2011, período dedicado à aprovação de um projeto de lei concebido para suprimir regalias e restringir benefícios concedidos a presidiários brasileiros.

Na tarde de 6 de outubro de 2011, o representante de Rondônia subiu à tribuna do Senado para justificar as alterações no Código Penal, na Lei de Execuções Penais e em outros textos legais. A reportagem do Globo sobre a performance de Reditario destacou uma frase que propõe a ressurreição do chicote como instrumento de ressocialização de criminosos que cumprem penas de prisão:

“Nós temos que modificar um pouco a lei aqui no nosso Brasil, de modo que venha favorecer sim as famílias honestas, as famílias que trabalham, que lutam, que pagam imposto para manter o Brasil de pé e não criar facilidade para pilantra, vagabundo, sem-vergonha, que devia estar atrás da grade de noite e de dia trabalhar, e quando não trabalhasse de acordo, o chicote, que nem antigamente, voltar”.

Algum redator misericordioso retocou e maquiou a declaração antes de publicá-la, informa o vídeo que mostra 4:20 do palavrório. É uma peça retórica assombrosa. Com um sotaque ainda fora de catálogo, o pai de Ivo e da lei da chibata guilhotina plurais, tortura palavras e algema o raciocínio lógico com o desembaraço de quem acredita que, depois de Lula e de Dilma Rousseff, foram revogadas todas as regras gramaticais. Ainda assim, é possível compreender que o orador acha essencial jogar muito mais pesado contra o time dos engaiolados.

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