Bancários reivindicam 16%, garantia de emprego e o fim das terceirizações

Os 667 participantes da 17ª Conferência também discutiram temas importantes da conjuntura nacional, como as consequências do processo de terceirização, reforma tributária...

Publicada em 04 de August de 2015 às 11:05:00

A 17ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou na plenária final, realizada no último domingo (2) em São Paulo, a estratégia, o calendário e a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2015, que terá como eixos centrais reajuste de 16%, valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.299,66 em junho), PLR de três salários mais R$ 7.246,82, defesa do emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral e fim da terceirização.

667 delegados - sendo 219 mulheres e 448 homens, além de 42 observadores - participaram da Conferência, iniciada no dia 31 de julho, no hotel Hotel Holiday Inn Parque Anhembi. Entre eles os dirigentes do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) José Pinheiro (presidente), Euryale Silva (secretário geral), Cleiton dos Santos (diretor de Formação Política), Ivone Colombo (diretora de Saúde) e José Toscano (diretor de Administração).

“Construímos uma minuta que tomou como base a consulta feita com 931 bancários só em Rondônia – de um universo de 48 mil consultas em todo o país – e o Encontro Estadual dos Bancários, realizado em Ji-Paraná. Com isso, somados às pautas construídas nos encontros estaduais e regionais Brasil afora, os trabalhadores definiram a minuto onde detalham o que querem como índice e nas questões como saúde, emprego e remuneração. Agora essa minuta geral será entregue aos banqueiros no próximo dia 11, e esperamos ter uma campanha nacional forte e com adesão de todos para que possamos obter nossas conquistas sem sacrificar tanto a sociedade por meio de mais uma greve demorada. Por isso faremos reuniões em todas as agências para convocar os trabalhadores a participarem maciçamente desta campanha”, avaliou José Pinheiro, presidente do Sindicato.

Antes da Conferência Nacional foram realizadas 48 mil consultas entre os bancários para construção da Campanha, O final da Conferência Nacional representa o início oficial da Campanha Nacional 2015, já que imediatamente após a entrega da minuta para a Fenaban começam as negociações.

Conjuntura Nacional
Os 667 participantes da 17ª Conferência também discutiram temas importantes da conjuntura nacional, como as consequências do processo de terceirização, reforma tributária, desenvolvimento econômico e estrutura do sistema financeiro atual. Também houve duras críticas ao último aumento da taxa Selic, que passou para 14,25% ao ano, e ao ajuste fiscal, liderado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Entrega da pauta

O Comando Nacional dos Bancários entregará no próximo dia 11 de agosto, em São Paulo, a pauta de reivindicações à Fenaban, momento em que já vão requerer dos banqueiros o calendário completo das rodadas de negociação.

Lançamento da Campanha

Os bancários de Rondônia farão o lançamento oficial da Campanha Nacional dos Bancários 2015 – que este ano terá como mote principal “Exploração Não Tem Perdão” - na manhã do dia 14 de agosto, em frente à agência Madeira-Mamoré da Caixa Econômica Federal, na avenida Carlos Gomes com rua José de Alencar, no Centro de Porto Velho.

Principais reivindicações aprovadas para a Campanha Nacional dos Bancários 2015

* Reajuste salarial de 16%.

* PLR: 3 salários mais R$7.246,82

* Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

* Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

* Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.

* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

* Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

* Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCD’s).