Basa e governo assinam protocolo e propõem conta para auxílio às vítimas da enchente

Banco investiu R$ 6 bilhões na economia regional no ano passado.

Publicada em 17 de February de 2014 às 17:20:00

O auxílio aos desabrigados pela enchente no Estado deverá ser reforçado com a abertura de uma conta no Banco da Amazônia (Basa) para contribuições em dinheiro. A proposta foi discutida na manhã desta segunda-feira (17) entre o governador Confúcio Moura e o presidente do Basa, Valmir Pedro Rossi, em reunião no gabinete do Palácio Presidente Vargas, em Porto Velho. Por sugestão do governador, a conta deverá ser aberta em nome de uma entidade civil, sem fins lucrativos, reconhecida no Estado, que destinará o dinheiro arrecadado para custeio das ações desencadeadas pela Coordenação da Defesa Civil Estadual, em parceria com as Defesas Civis Municipais.

Na ocasião, o secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e Regularização Fundiária, Evandro Padovani, anunciou que uma equipe da Emater e Idaron está em campo fazendo levantamento das perdas dos produtores rurais, e pediu atenção especial para os que têm créditos com o Basa e que, possivelmente, não vão poder honrar os compromissos com o banco. Rossi colocou a instituição à disposição, não apenas para o socorro imediato, mas também para discutir prorrogação de prazos e financiamentos especiais para a reestruturação dos negócios.



Sobre as dívidas, ele lembrou que seguem normativas do Conselho Monetário Nacional, e sugeriu ação conjunta com a bancada federal para apresentação de propostas.

Padovani ainda pediu empenho no sentido de agilizar o crédito fundiário; alternativa para possibilitar o pagamento dos extrativistas que no passado tomaram empréstimo, envolvendo avalistas; e falou sobre a 3ª Rondônia Rural Show, que será realizada em maio. Rossi sugeriu trabalho conjunto para identificar os produtores que têm interesse em fazer negócios para antecipação do cadastro. Padovani informou que, a exemplo de 2013, tudo será realinhado em reunião no mês de março.

Sobre os produtores da região de Nova Mamoré que, conforme Padovani estão preocupados com a proposta da gerência de reduzir o tempo de carência, que hoje é de três anos, Rossi revelou que a solução pode ser discutida com os próprios técnicos do banco.

PROTOCOLO
A vinda do presidente do Basa a Rondônia teve por objetivo assinar protocolo de intenções com o governo do Estado, com vistas à promoção de ações coordenadas, integradas, cooperadas e de co-responsabilidade para impulsionar o desenvolvimento local, alinhadas aos resultados previstos no plano de aplicação de recursos do FNO e do plano estadual elaborados pelo Basa para 2014. Após a assinatura do documento foram assinados, simbolicamente, contratos e assinadas cartas de intenção com representantes de vários segmentos econômicos do Estado, que participaram da solenidade realizada no auditório do palácio.

Em homenagem ao Ano Internacional da Agricultora Familiar, assinou contrato da linha Pronaf Mulher, a agricultora Beatriz Rodrigues, no valor de R$ 31 mil; enquanto o sócio da empresa SGD Ensino Técnico e Educacional de Cacoal assinou pela linha FNO MPE, no valor de R$ 7 milhões. Cartas de intenções foram assinadas por representantes de vários segmentos no valor de R$ 245 milhões com a previsão de gerar mais de 5,8 mil empregos no Estado.

Ao destacar a importância da abertura de mais três agências nos municípios de Machadinho, Ouro Preto do Oeste e Cerejeiras, que somarão às 13 já instaladas no Estado, o governador afirmou que o momento é oportuno, pois apesar dos reflexos da crise mundial, Rondônia apresenta várias “janelas” ou alternativas viáveis economicamente, a exemplo do peixe, que precisa para atender às exigências do mercado necessita organizar a estrutura. “Hoje já compram peixe de Rondônia os Estados do Tocantins, São Paulo e Rio de Janeiro, daí é muito importante a organização para atender à demanda a contento”, afirmou.

Conforme Valmir Rossi, em 2013 o Basa injetou na economia regional R$ 6,65 bilhões, dos quais R$ 5,38 bilhões em créditos de fomento e R$ 1,27 bilhões em crédito comercial. Do Fundo Constitucional do Norte (FNO) foram R$ 4,72 bilhões, um recorde. Em Rondônia, as aplicações foram de quase R$ 5 bilhões em créditos comerciais e de fomento, enquanto o FNO alcançou a marca de R$ 764,80 milhões. Para 2014, estão previstos R$ 112 milhões para o Pronaf, R$ 1,75 milhão para os empreendimentos individuais, R$ 4,97 milhões em Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), entre outros de apoio aos empreendimentos rurais e não rurais, inclusive para a ciência e tecnologia, cultura e turismo sustentável, conforme observou o presidente da instituição.


Texto: Veronilda Lima
Fotos: Ésio Mendes