Caciques políticos temem delação premiada de Ayres

Gessi Taborda

Publicada em 16 de December de 2016 às 06:51:00

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FILOSOFANDO

“Aquele que não prevê as coisas longínquas expõe-se a desgraças próximas.” CONFÚCIO (551/479 a.C), filósofo e pensador chinês que desenvolveu doutrinas de procedimentos corretos nas relações sociais, na justiça, na moralidade e na sinceridade, princípios observados no sistema filosófico conhecido como confucionismo.

MUITO LENTA

É melhor não alimentar grandes esperanças de um ano novo alvissareiro para não se frustrar ainda mais. Afinal, somente a perseverança no ajuste fiscal e uma redução menos tímida dos juros serão capazes de contribuir para uma recuperação da atividade econômica, que, ao que tudo indica seria muito mais lenta do que se esperava.

Pelo menos em nível da gestão pública de Rondônia, o estado segue a mesma batida dos morubixabas de Brasília: manter-se olimpicamente indiferente às questões mais sérias, como infraestrutura, desemprego, segurança, educação e vai por ai afora.

BUROCRATISMO

A vocação que se vê em tudo por aqui é a ausência do estado, é o burocratismo caboclo de um estado tutelado por atrasadas hostes políticas. Exemplos? Há, às carradas, mas fiquemos apenas no mais visível para quem mora em Porto Velho: a interminável reforma (isso mesmo, uma mera reforma!) do Ginásio Cláudio Coutinho.

Se o governo precisa de todo um mandato para reformar um ginásio de pequeno porte, quando conseguirá destravar a economia estadual para gerar crescimento real, empregos e renda, melhorando a qualidade de vida do povão?

É CARÍSSIMO

Apesar de toda a queda nos preços das passagens aéreas, o Brasil ainda é o 12º país mais caro do mundo para viajar de avião.  O preço cobrado no Brasil, para cada 100 quilômetros voados, é bem superior ao praticado nos maiores mercados aéreos. Brasileiros pagam, por exemplo, 48% mais que os britânicos e 223% mais que os norte-americanos.

DECADÊNCIA

Difícil entender como os tais “representantes” do povo suportam, e até mesmo admitem, o enorme grau de decadência do legislativo estadual, transformado nesse finalzinho de ano em algo semelhante a um acampamento de refugiados, onde servidores públicos do segmento da segurança pública lá estão “morando”, para pressionar o governo a enviar PCCS da polícia civil, delegados e agentes penitenciários.

BAGUNÇOU GERAL

Ninguém deve ser contra o direito de qualquer categoria reivindicar melhorias em seus vencimentos. O que é inaceitável é a ocupação de uma instituição pública como o parlamento estadual, durante todos os dias dessa semana. Nunca se viu algo desse naipe na história dos parlamentos estaduais. Estamos diante de um exemplo clássico da decadência de um Poder que não deveria ser emasculado por meros interesses paroquiais.

AFRONTA

Consta que a maioria dos parlamentares não se sente prejudicada com esses fatos, acostumados que estão em desprezar o virtuosismo do Regimento Interno e os valores morais que são, ao longo da história republicana, pilares da dignidade das casas legislativas.

Mas o cenário que prevaleceu esta semana, com as categorias da segurança pública dormindo em espaços do legislativo num ambiente de promiscuidade é uma afronta à sociedade. 

É mais uma ferramenta para ampliar a perda de confiança da grande maioria da população no Legislativo rondoniense. Os deputados avalistas dessa “ocupação” deveriam compreender que a fé pública é o bem maior para a dignidade do parlamento.

VÍCIOS

A miséria política de Rondônia, os vícios de conduta dos personagens ungidos com o voto popular tem colocado Rondônia em situações vexatórias no cenário da vida pública nacional. Esse tipo de comportamento visto nessa semana dentro da Assembleia funciona como um tiro no pé para um estado carente de investimentos privados (e públicos também), pois gera medo do empresariado em colocar seus recursos num estado onde a cultura política é retrógada e ainda tem viés esquerdista.

REMENDO

Deputados defendem a continuada “ocupação” da Assembleia pelos servidores da segurança pública para forçar o governo recuar da decisão de não atender as reivindicações da categoria. O governo explica que está impedido de aumentar despesas sem ferir a legislação do teto dos gastos.

Os parlamentares exigem no mínimo um remendo orçamentário. E chegam a renunciar parte do orçamento destinado a ALE contornar a complexidade das contas do governo em favor do atendimento corporativo e cartoriais dos milicos civis. E enquanto não se supera esse impasse ninguém arrisca a prever quando se dará a desocupação da Assembleia Legislativa rondoniense, mesmo com deputados ameaçando não votar o orçamento de 2017 se o governo não ceder.

ESPERANÇA

Hildon Chaves o próximo prefeito de Porto Velho, carrega as esperanças de que finalmente a capital rondoniense terá um prefeito livre de conchavos partidários e políticos, contando com um grau de independência como nunca se viu para gerir a vida do município de acordo com os interesses da população e não de caciques partidários ou de nichos paroquiais.

Afinal, a dupla Hildon Chaves e Edgar (Tonial) do Boi não dependeu do apoio de nenhum “dono” de partido e de nenhum financiador privado para fazer a campanha.

GENTE DECENTE

Então há nesse momento uma grande expectativa em relação ao anúncio dos componentes de seu secretariado. O povo tem a sensação de que dessa vez não haverá espaço para gente sem nenhum compromisso com a ética, a moralidade, o pudor e a decência, como vinha sendo praxe na gestão municipal nos últimos anos.

Ainda sem anúncio oficial, especulava-se ontem que a nova equipe será conhecida nesse fim de semana. É esperar para ver. Isso será fundamental para limpar a sujeira presumivelmente acumulada nos desvãos do comando da prefeitura.

EXTINÇÃO

Fonte próxima do prefeito eleito Hildon Chaves deu a entender ontem, em contato com a coluna, que haverá extinção de órgãos da estrutura municipal. São órgãos inúteis que mesmo assim funcionavam com status de secretaria.

AMEAÇA

Políticos rondonienses com os nervos à flor da pele diante da ameaça de uma suposta delação premiada de Ayres do Amaral. Seu longo tempo de trânsito livre na alta cúpula dos últimos governantes rondonienses com certeza faz dele uma fonte potencial para detonar esquemas de enriquecimento ilícito.

Quem conviveu próximo desse personagem garante que pelo menos na área de comunicação suas informações serão fundamentais para se fazer um pente fino na identificação de ralos que funcionaram e, supostamente, ainda funcionam para escoar o dinheiro público em favor dos barões da mídia.