Cesar Cassol pede pressa no processo de transição

Em entrevista para duas emissoras de TV, prefeito eleito também fez duras críticas à atual gestão e a febre dos loteamentos na cidade.

Publicada em 06/11/2012 às 09:51:00

Denis Farias
Rolim de Moura, Rondônia - O prefeito eleito por Rolim de Moura, Cesar Cassol, participou nesta segunda-feira (05) de entrevistas em duas emissoras de TV do município. Nos dois momentos, agradeceu o apoio nas urnas e explicou suas ideias para arrumar a casa em 2013. Em boa parte do bate-papo com os apresentadores Dorli Schimer (SBT/Tribuna Livre) e Nelson Lima (Record/TV Candelária),  ele também não deixou de falar da demora para iniciar o processo de transição. Também fez denúncias contra a atual gestão e criticou a abertura de um novo loteamento na cidade.

Mesmo tendo montado a equipe de transição e enviado documento solicitando a nomeação ao atual prefeito, Tião Serraia, Cesar disse que até agora não obteve resposta e que a demora pode prejudicar o início de seu trabalho em janeiro do ano que vem. Questionado por Dorli sobre o boato atribuído a Tião, de que ele trataria o novo prefeito tal como foi tratado por sua antecessora, Mileni Mota, Cesar disse que tem documentos que comprovam que a ex-prefeita abriu imediatamente o processo, ainda no ano de 2008.

“Eu tenho provas de que a Mileni fez o dever de casa com ele. Abriu certinho as portas da prefeitura e sua equipe pode fazer um diagnóstico de como estavam as coisas. Essa demora é inaceitável. Precisamos saber onde estamos pisando para já tomarmos providências. Estive com um dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e ele me disse que existem regras e normas para isso, coisa que o atual prefeito não está cumprindo com a nossa equipe”, argumentou.

Outro tema questionado por telespectadores nas duas emissoras foi quanto à coleta de lixo da cidade. O prefeito eleito foi categórico em afirmar que a situação só está ruim por ingerência da atual administração. Ele explicou que a licitação que contratou a empresa Coenco de forma terceirizada para realizar o serviço, acabou sendo suspensa pelo TCE em agosto deste ano, a pedido do Ministério Público, com suspeita de irregularidades e superfaturamento.

“Os valores que seriam pagos a esta empresa estavam errados. Com menos da metade desse recurso poderia ser feito um trabalho muito melhor. Não sou contra a terceirização, mas com valores justos. Em Pimenta Bueno a prefeitura contratou dois caminhões para recolher o lixo por 28 mil reais/mês. O prefeito entra apenas com a mão de obra, fica muito mais barato. É uma alternativa que podemos fazer aqui e não gastar errado os recursos do nosso povo”, disse.

Nas duas entrevistas, Cesar Cassol também criticou  a expansão desordenada do município, com a abertura de novos loteamentos. Segundo ele, nos últimos anos, Rolim de Moura recebeu dois desses empreendimentos sem qualquer infraestrutura (asfalto, rede de esgoto, de águas pluviais), o que deve onerar muito os cofres do município em alguns anos. Ele pediu para a população que não compre esses terrenos, sob a alegação de que eles empobrecem o município e não trazem divisas para a região.

“Me falaram que é uma empresa de Brasília. Grandes coisas. Pode ser de onde for. O problema é que estão fazendo com Rolim o mesmo que os EUA sofreram há alguns anos, a chamada bolha imobiliária. Eles começam a vender terrenos e acabam inflacionando o mercado. Sem falar que não tem qualquer infraestrutura. Daqui há alguns anos, a prefeitura é que será cobrada para fazer melhorias nessas regiões, o que é proibido por Lei. Por isso que eu peço para que não comprem esses terrenos. Além do dinheiro ir embora da nossa cidade, você paga o terreno e ainda continua no aluguel. Melhor é financiar uma casa pronta na Caixa, que garante a compra do material aqui e você já sai do aluguel imediatamente”, explicou.