Como será a relação do novo governo com a Câmara Municipal?

Valdemir Caldas

Publicada em 30 de October de 2016 às 17:02:00

Agora que as urnas tiveram a sua voz silenciada pelo término da contagem dos votos ali digitados na consulta popular de domingo (30), é tempo de despertar a atenção para um assunto importantíssimo, mas quase sempre relegado a um plano secundário, sobretudo quanto muitos estão mais preocupados em comemorar a vitória. Trata-se do relacionamento que o novo governo terá com a Câmara Municipal de Porto Velho.

E essa chamada deve se dirigir especialmente aquele a quem o resultado do pleito proporcionou a posse de mandato, outorgando-lhe, assim, a condição de comandante-em-chefe do município, com prerrogativas para propor medidas que venham ao encontro de soluções para os problemas crônicas que afetam a vida da população.

A nova composição da Câmara Municipal, como se sabe, já foi sacramentada. Mais parece uma salada mista, tantos são os partidos. O PMDB tem o maior número de cadeiras – 3, seguido do PTB e PSDB, cada um com duas. Os votos foram apurados, computados e divulgados. Isso é fato imutável, não adianta chorar. Quem ganhou, ganhou. E fim de papo! O resultado já foi proclamado.

No dia 1º de janeiro, eleitos e reeleitos tomarão posse. Deixarão a sede do TRE-RO com um canudo debaixo do braço e o direito de, pelos próximos quatro anos, votar a favor ou contra o governo, atrapalhar votações, levantar polêmicas e até influenciar resultados, dependendo do espírito de liderança.

Por mais competente e obstinado que seja o cidadão consagrado nas urnas, precisará de muita disposição e jogo de cintura para conseguir os votos necessários e indispensáveis para fazer passar no plenário daquela Casa os projetos com os quais espera transformar o município num lugar melhor para viver, o que não será nada fácil, considerando que nenhuma das coligações que chegou ao segundo turno conquistou uma quantidade significativa de vagas.

Lembrando que os projetos que dispõem sobre criação e extinção de secretárias municipais, criação e extinção de cargos públicos, dentre outras matérias, exigem 14 votos para serem aprovados. Isso significa que alguém terá de ceder. Como será a relação do novo governo com a Câmara Municipal? Logo descobriremos.