Correndo como uma Pantera pra não morrer como uma Gazela

Por poucos sou odiado... Aqui nesta coluna... Desço a lenha em cabra safado.

Publicada em 14 de November de 2014 às 17:23:00

Correndo como uma pantera
Pra não morrer como um veado
Por muitos sou querido
Por poucos sou odiado
Aqui nesta coluna
Desço a lenha em cabra safado.

Estou sempre estudando
Pra não ficar tapado
Às vezes não tenho tudo
Às vezes tenho um bocado
Meu cordel
É pra deixa inimigo arrasado.

O meu sangue vem de longe
Do invasor Holandês
Do negro e do índio
Do conquistador Português
Sou de uma raça una
Que nesse país se fez.

Admiro a valentia
De quem teve caráter na ação
Admiro Maria Quitéria
Nizia Floresta, Maria Bonita e Dilma na solução
Fui criado no meio dos cangaceiros
Antonio Silvino, Brilhante, jararaca e outros cabras de Lampião.

Na escola da vida
Minha literatura vem da feira
Do coco, do repente, do embola-embola
De uma atividade ligeira
Não precisa ser doutor
Pra ter uma atitude rimeira.

Eu não sou intelectual
Imundo! Que fala besteira
Em Caicó, Campina Grande e Guarabira
Sou Arigó fazendo rima ligeira
Não ligo pra seus preconceitos
Filho de Maria coiceira.

A poesia é livre
Escrita no chão ou no papel
Não obedece a regras
Nem do velhaco picareta papai noel
Nem regras gramaticais
Seja aqui ou lá pras bandas do céu.

O que é o cordel?
O que é o repente?
Escrevo minhas sextilhas
Vocês me botam pra frente
Ignoro os que me agridem
Fui elogiado por Lula presidente.

O preconceito de vocês
E contra a evolução
Se a mulher é liberta
Dizem que é butinão
Se anda de braços dados com outra
Dizem que as duas fazem sabão.

Para que o preconceito?
Se cada um é dono de sua vida
Respeite o direito dele
Se ele se acha margarida
Não entendendo isso
Você é uma mente perdida.

O que você tem a ver
Se alguém quer ser travesti
Ser um transformista
Na hora de se vestir
É um direito individual
Isso ninguém pode impedir.

O mundo vai se libertar
Do preconceito sexual
O movimento é grande
Contra a homofobia ditatorial
No século XXl
O mundo vai ser mais racional.

O mundo caminha
Pra uma nova sociedade
Respeitará a orientação sexual
Respeitando direito da individualidade
Sem homofobia
Com direitos de igualdade.

O país tem uma dívida
Contra a descriminação
Quantas pessoas não foram vítimas
Frutos da opressão
Defender a liberdade
É democracia agindo com razão.

Eu sou comunista
Sou da revolução social
Não existe pecado
Abaixo da visão equatorial
Ergueremos uma grande pátria
Com base no amor nacional.

Vou cruzando os sete mares
Velejando em águas profundas no meu barco a vela
Travando uma luta titânica contra os agourentos
Que querem botar o Brasil numa grande esparrela
No meio desse mundo perverso
Vou correndo como a pantera pra não morrer como uma gazela.

*Francisco Batista Pantera, é Professor, Poeta, Jornalista e Secretário de Organização do PCdoB/RO.