Corrupção: Em mais uma gravação, Poderosa da Prefeitura do PT em Cacoal faz novas revelações estarrecedoras. OUÇA

“Não deixo dinheiro na minha conta, que está sempre no vermelho de propósito. Se deixar dinheiro, o juiz pode penhorar. Não sou idiota. Mas depois de terminar a porra desse mandato, se eu vou comprar uma fazenda em Goiás, aí é outra história”.

Publicada em 10 de May de 2015 às 09:07:00

Da reportagem do Tudorondonia



Cacoal, Rondônia – A corrupta assumida e boquirrota secretária- chefe de gabinete da Prefeitura petista de Cacoal, Maria Ivani Araújo, que está presa desde a manhã desta sexta-feira, aparece em várias gravações dando aulas de roubalheira na administração pública. Esses ensinamentos, no entanto, não serviram para livrá-la da prisão.

Em vários trechos da gravação, Ivani se gaba de não ser "besta", de não ser "idiota", de "não deixar pistas" e de "não ter nascido ontem". "Não sou doida, não deixo rastro", afirma.

Toda poderosa na administração pública de Cacoal, onde mandava e desmandava com o apoio do prefeito Padre Franco Vealetto (PT), suspeito de fazer parte do esquema,  Ivani aparece numa gravação afirmando que não deixa dinheiro na sua conta bancária, que está  sempre no vermelho, para evitar futura penhora judicial  caso a roubalheira na Prefeitura petista fosse descoberta.

A Poderosa do Padre  também fala de uma caminhonete de luxo, que comprou financiada, “para não dar na vista”. No negócio, admite Ivani, foram usadas várias pessoas, inclusive uma que ela classifica como “idiota”. Na transação para a aquisição do veículo (que “poderia ser comprado à vista, mas eu não sou besta, não deixo pistas”), a assessora do Padre Franco diz que até o pai foi usado como laranja.

Maria Ivani confessa também que todos os meses um empresário de Porto Velho, que ela chama de Gigi, vai a Cacoal entregar a ela dinheiro de corrupção.

Para mostrar-se uma expert em ocultar dinheiro roubado dos cofres públicos, a Poderosa do Padre  diz não ser de ostentação, por isso deixa atrasar a faculdade do filho em até seis meses para que todos pensem que ela não tem dinheiro. “Agora, se depois deste mandato eu quiser comprar uma fazenda lá em Goiás, isso é outra história”, afirma, dando gargalhadas.

Presa na sexta junto com vereadores que também faziam parte da organização criminosa instalada na administração petista em Cacoal, com ramificações na Câmara, Ivani, inconscientemente, ajudou a batizar a operação que resultou na sua prisão.

Numa conversa gravada pela polícia com autorização judicial, a Poderosa do Padre mostra um profundo desprezo pela população de Cacoal, em particular, e pelo povo, de modo geral. Sobre este último, ela diz tratar-se de “mero detalhe”. Por isso a operação policial que a prendeu foi batizada de Detalhe.