Criadores de Ji-Paraná denunciam a deputados manobra do grupo JBS Friboi

Pecuaristas reclamam de ações do grupo visando o controle do mercado da carne em Rondônia.

Publicada em 30 de March de 2015 às 17:17:00

 Eranildo Costa Luna



Compra de plantas de frigoríficos que depois são fechadas, prática de uma política de preços incompatível com o mercado, pressão sobre os frigoríficos menores e outras ações foram denunciadas por pecuaristas de Ji-Paraná, durante reunião com o presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PP), acompanhado do deputado Laerte Gomes (PEN).
Realizado na sede da Associação Rural de Rondônia (ARR), com a presença do presidente, Sérgio Suganoma, e do secretário Sérgio Ferreira, o encontro serviu para dar anda mais informações sobre os problemas que os criadores têm enfrentado, contra o que eles chamam de “monopólio do JBS”.

“O mercado da carne gera milhares de empregos e renda. É uma das mais importantes fatias de nossa economia, e não pode ficar no controle de um grupo, para definir o preço que quiser e impor suas regras a quem trabalha e produz”, destacou Maurão, que nos últimos dias tem concentrado esforços em reunir dados sobre o problema.

O deputado Laerte manifestou ainda a preocupação com a reestruturação da Agência Idaron, que enfrenta dificuldades nas ações de fiscalização, pela falta de veículos.

“Tomamos conhecimento de que nem as taxas de abate estariam sendo recolhidas, o que enfraquece ainda mais os cofres da Idaron”, relatou.

Hoje, o grupo JBS seria responsável por 45% dos abates de bovinos em Rondônia e por 25% da carne exportada. “Eles controlam a venda no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, que está com o preço da arroba, em média, R$ 5,00 mais baixo do que em Rondônia. Creio que esta deve ser a intenção deles: controlar o mercado e impor seus preços aos produtores rondonienses”, relatou Eduardo Almeida, empresário do ramo de frigorífico.

Nesta semana, Maurão e outros parlamentares devem receber mais dados sobre o mercado da carne em Rondônia, além do setor de laticínios. “Nossa intenção é proteger os produtores e assegurar que não haja cartel e nem prejuízos à economia de Rondônia”, afirmou Maurão.