Defesa Civil se reúne com manifestantes que fecharam a ponte da BR319

Moradores do Beco do Birro, Beco Gravatal, Bairro da Balsa e Bairro Nacional fecharam o acesso à BR319 na cabeceira da ponte na manhã do dia 25, inclusive ateando fogo para conter o fluxo de veículos.

Publicada em 27 de February de 2015 às 11:17:00

Porto Velho, RO - A Secretaria Municipal de Projetos Especiais e Defesa Civil (Sempedec) reuniu na quinta-feira (26) na Sala de Situação, que é a base municipal de deliberações de assuntos relativos ao estado de alerta do município, os líderes da manifestação ocorrida na última quarta-feira sobre a ponte da BR319, a fim de tratar da pauta de reivindicações apresentadas pelo grupo.

Segundo informou Marcelo Santos, coordenador da Defesa Civil Municipal, moradores do Beco do Birro, Beco Gravatal, Bairro da Balsa e Bairro Nacional fecharam o acesso à BR319 na cabeceira da ponte na manhã do dia 25, inclusive ateando fogo para conter o fluxo de veículos. A estrada ficou interrompida até as 12h30m, quando os servidores da Sempedec, com a colaboração da Polícia Rodoviária Federal, convenceram os manifestantes a tratarem dos assuntos em reunião na Sala de Situação. “O objetivo da manifestação foi cobrar um posicionamento da Prefeitura quanto à entrada das famílias atingidas na enchente do ano passado nos empreendimentos Orgulho do Madeira e Porto Madeira. As famílias cadastradas estão à espera de receberem imóveis nesses condomínios”, explicou o coordenador.

Marcelo Santos disse também que entre os manifestantes havia casos de famílias que já foram encaminhadas a programas sociais e estão recebendo Auxílio Aluguel, no entanto, retornaram às áreas de risco por conta própria. “Com o aumento do nível do rio, elas estão novamente ameaçadas e algumas até já foram atingidas pelas águas. Portanto, há famílias que não deveriam estar nessas áreas, uma vez que estão recebendo subsídios para alugarem imóveis. Há também o caso de outras que até já foram indenizadas pelo Dnit e estão morando em apartamentos do outro lado do rio, no entanto, estavam também entre os manifestantes”, esclareceu.

Sobre a situação de entrega dos condomínios, a Sempedec encaminhou o grupo de moradores à Secretaria Municipal de Regularização Fundiária e Habitação (Semur), a fim de acompanharem o andamento das tramitações. O secretário adjunto da Sempedec, José Pimentel, informou que os líderes do grupo reconheceram ser indevida a manifestação. “Eles se precipitaram com essa ação, porque sabem que a Defesa Civil está permanentemente fazendo observações nas áreas sujeitas à alagação e que conhecemos todas as situações sujeitas a risco. Eles sabem que estamos mobilizando um abrigo próximo para poder atender às vinte famílias que já foram atingidas pelas águas”, disse o secretário se referindo a famílias que passaram a ser retiradas ontem (25), tendo terminado a operação por volta das 20 horas, devido às dificuldades com os trabalhos realizados por meio de barcos a remo. “O acesso está dificultado pelo aumento de cota que tivemos nesses últimos dois dias, em torno de cinquenta centímetros de anteontem para hoje”, observou Pimentel.

Sobre o abrigo aludido, trata-se da antiga Escola Ermelindo Monteiro Brasil, que está inativa e deverá receber cerca de 20 famílias nos próximos dias, sendo apenas aguardada a liberação pela Secretária Municipal de Educação para a entrada da Sempedec no recinto. Outras famílias deverão ser ainda abrigadas no Centro de Catequese da Paróquia Nossa Senhora do Amparo e em comunidades dessa paróquia. “O Padre Eduardo já disponibilizou esses espaços, nos quais poderemos colocar de vinte a trinta famílias em cada área dessas”, finalizou o secretário.

Por Renato Menghi