Desembargador do TJRO lança oitava obra literária

O desembargador aposentado pelo TJRO pretende disponibilizar as obras para secretarias de educação fazer distribuição nas bibliotecas e escolas públicas

Publicada em 28 de April de 2015 às 12:29:00

“Derradeiros Cantos” . Esse  é o título do oitavo livro escrito pelo desembargador inativo Dimas Fonseca. O lançamento acontece na sexta-feira (8), às 19 horas, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rondônia (OAB/RO). Os leitores vão poder se deliciar com uma linguagem simples, clara e direta que marcam os textos produzidos pelo magistrado. A obra literária é dividida em duas partes e conta histórias instigantes vivenciadas pelo autor.

“Minha esposa impugnou o título do livro, me disse ‘você aparenta viver mais um pouco’, cheguei a cogitar pela mudança do nome. Essa ideia é influência de Gonçalves Dias, ele não falou ‘derradeiros cantos’, mas escreveu ‘meus últimos cantos’. Esse livro é o prenúncio da parte final da minha pretensão literária”, afirma o autor que confessa enorme admiração pelo poeta maranhense. A influência de Gonçalves Dias está presente nas obras do desembargador, o último livro escrito pelo magistrado chamado “Gonçalves Dias: Amor e Morte” narra os principais momentos da vida do escritor morto em 1864.

Dividida em duas partes, “Derradeiros Cantos” apresenta no primeiro momento alguns acontecimentos pelos quais o autor passou nos cinco estados que viveu: Minas Gerais, Piauí, Maranhão, Rondônia e Distrito Federal. A segunda parte da obra relata história verídica ocorrida na cidade natal de Guadalupe-PI ainda na década de 40 e fala sobre um susto dado na população local.

“Apareceu um louco que já era conhecido na cidade e se chamava Jerônimo, ele tinha fugido do Hospital Psiquiátrico da capital e chegou à nossa cidade na época de Festa Junina. Quando a notícia chegou, as mulheres ficaram atordoadas”, lembra o escritor rondoniense que acrescenta “Meu pai brincalhão disse ‘Já pensou se essas mulheres fossem atacadas pelo louco Jerônimo?’, foi quase que uma sugestão. Chamei um primo de São Paulo, pegamos uma saia da empregada e fizemos um vestido, coloquei um chapéu de couro na cabeça e um galo seco na mão. Depois comecei a bater uma pedra na outra pelo mato, assim como fazia o louco. Lembro que avistei uma mulher bonita, e ao se deparar comigo correu aos gritos e apavorada. Quanto mais ela corria, mais eu e meu primo saímos atrás”, se diverte o escritor com o acontecimento ocorrido quando era adolescente. Essa narrativa está presente no capítulo “Um susto em uma donzela”, assim como tantas outras histórias divertidas.

O desembargador aposentado pelo TJRO pretende disponibilizar as obras para secretarias de educação fazer distribuição nas bibliotecas e escolas públicas. “Embora nessa obra tenha colocado ‘derradeiros’, o fato é que há muitas histórias interessantes por esse ‘mundão’. Vivi em muitos lugares e aprendi muitas coisas. É possível que eu rabisque mais algumas coisas daquilo que ficou para trás”, finaliza o autor de “Derradeiros Cantos” que estará disponível nas principais livrarias de Porto Velho.

Obras Literárias
Dimas Ribeiro da Fonseca é autor das obras “Discursos e Outras Contravenções” de 1983 que trata sobre os primeiros versos escritos pelo magistrado; “Minha Vida em Quatro Estações”, no qual o autor escreve uma autobiografia nos cinco estados que viveu – Piauí, Maranhão, Minas Gerais, Distrito Federal e Rondônia – obra datada de 2000; “Cantos da Terra e do Infinito”, trazendo a segunda obra poética do escritor em 2005; “Entre o peso da Toga e o Canto da Lira” de 2001; “O Crime de Giletilândia”, baseado em fatos reais de um processo criminal no Nordeste e depois transformado em peça teatral pelo escritor em 2007, a biografia do pai Manoel Ribeiro da Fonseca, comerciante no Piauí e conhecido como “Seu Beija” também compõe o acervo do escritor, e a prosa “Gonçalves Dias: Amor e Morte”.

O Autor
Nascido aos 25 de março de 1931 em Guadalupe-PI - cidade inundada pela construção da Usina Hidrelétrica de Boa Esperança. Dimas Fonseca veio à Rondônia pela primeira vez, quando ainda era procurador no Distrito Federal em 1975, para integrar uma comissão que tinha como tarefa levantar o patrimônio indígena do Brasil.

A segunda vez também ocorreu nos tempos em que o estado ainda era Território Federal subordinado à Brasília com objetivo de fiscalizar as ações do Ministério Público na região, inspecionando a promotoria e curadoria.

Quando foi promulgada a lei 41 que transformava Rondônia de território para estado, o associado vivenciou o ato solene da transformação e ao retornar à Brasília para o cargo de procurador recebeu convite do governador Jorge Teixeira para integrar a primeira composição do novo Tribunal de Justiça. Ao lado dos desembargadores Hélio Fonseca, Aldo Castanheiras, Fouad Darwich (1º presidente do TJRO), José Clemenceau Maia, Darci Ferreira e César Montenegro. Dimas Fonseca é o sétimo integrante dos “7 Samurais do Judiciário de Rondônia”, como ficou conhecido os sete primeiros desembargadores do estado.