DNIT: ponte de Abunã e viadutos têm recursos assegurados em 2016

Para os viadutos, os recursos de R$ 19 milhões, já reservados pelo Ministério dos Transportes, são suficientes para a conclusão, até com alguma folga, das etapas selecionadas.

Publicada em 24 de June de 2016 às 14:37:00

Apesar da crise econômica e dos seguidos cortes orçamentários, pelo menos duas obras do DNIT têm continuidade assegurada até o orçamento de 2017. A informação é do superintendente regional Sérgio Mamanny, que garante o andamento dos trabalhos dentro do cronograma na ponte de Abunã e, apesar das dificuldades junto ao TCU, na conclusão do viaduto do Roque e das marginais. Para a ponte, segundo ele, existem R$ 22 milhões alocados este ano. Para os viadutos, os recursos de R$ 19 milhões, já reservados pelo Ministério dos Transportes, são suficientes para a conclusão, até com alguma folga, das etapas selecionadas.

Mamanny trabalha ainda com a perspectiva de uma emenda parlamentar de R$ 15 milhões assegurada pelo deputado Luiz Cláudio, o que permitirá avançar novos capítulos dessa verdadeira novela mexicana. Vale lembrar que o dramalhão foi originalmente protagonizado pela Prefeitura e só recentemente o DNIT foi obrigado a não apenas patrocinar, mas também encenar a produção das últimas temporadas. Cuidadoso no estabelecimento de prazos, o Superintendente do DNIT acredita que, com o fim da temporada de chuvas, em 120 dias estarão concluídos o viaduto do trevo do Roque e as marginais nos trechos remanescentes, da Faro até o Cemetron, de um lado, e até à estrada do Japonês, do outro.

MALHA FEDERAL

Em uma análise igualmente cuidadosa da situação das rodovias federais rondonienses após o fim do inverno amazônico, tanto o superintendente Sérgio Mamanny como o coordenador de Engenharia, Alan Lacerda, avaliam que apesar das dificuldades orçamentárias e da realidade adversa todas elas estão hoje em condições razoáveis de trafegabilidade, especialmente quando comparadas à situação dos demais estados da União. “Temos trechos realmente precários e nossa principal artéria, a BR-364, há muito não suporta o grande volume de caminhões pesados que por ela trafegam. Mas de toda forma os trabalhos de manutenção e conservação permitiram superar mais uma temporada de chuvas”.

A avaliação favorável é confirmada pela última pesquisa da CNT/Rodovias, que coloca o estado em primeiro lugar na região norte, com 50,6% das vias federais em situação “boa” ou “ótima”, 34,9% classificados como “regular”, 9.8% “ruim” e 5,5% em péssimo estado, percentual equivalente a 50 quilômetros. Alan Lacerda esclarece, porém, que é dramática a situação da malha rodoviária federal em todo o país, o que eleva substancialmente o chamado “custo Brasil” e prejudica a economia como um todo. E mesmo que a pesquisa aponte o estado em 6ª posição entre todas as unidades da federação há muito o que fazer para que possa ser oferecida aos usuários rodovias em condições satisfatórias de segurança e trafegabilidade. A esperança poderá ser a concessão da 364, que vai possibilitar sua duplicação, e a construção do arco norte, que poderá tirar o tráfego pesado do centro urbano da capital.

RODOVIA DA MORTE

Chamada por aqui de “rodovia da morte”, a BR-364 faz jus ao título depreciativo, segundo Alan Lacerda, embora a Polícia Rodoviária Federal aponte a BR-116 como a detentora do maior número de acidentes fatais do país. E mesmo ela perde para a BR-101, região de Florianópolis, na classificação dos trechos mais perigosos. Na verdade, a precariedade das rodovias pouco representa nas estatísticas de acidentes da PRF. O índice é de 6% do total, enquanto, à exceção de 3% provocados por animais na pista, a falta de atenção do motorista é responsável por 91% dos acidentes (veja gráfico produzido pela PRF).

O relatório aponta 41% causados pela falta de atenção, mas os condutores podem ser responsabilizados também por outros fatores, como dormir ao volante, ingestão de bebida alcoólica, desrespeito à sinalização, alta velocidade, ultrapassagem indevida e até a maioria dos defeitos mecânicos decorrentes da manutenção inadequada ou nenhuma. “Isso não significa, claro, que os buracos na pista sejam isentados de culpa. Ainda que fosse registrado apenas um acidente com vítima fatal em função de defeitos na rodovia, mesmo assim seria um absurdo. Mas é preciso também insistir na conscientização dos motoristas para que essa dramática situação possa começar a ser revertida” – concluiu.

Assessoria