Educação: Diagnóstico pedido por Expedito mostra quadro preocupante

Apenas 2/3 dos jovens com 16 anos terminam o ensino fundamental e só 46,5% até os 19 anos terminam o ensino médio.

Publicada em 18 de August de 2014 às 09:01:00

Não diferente de outros setores, a educação pública estadual precisa de um reposicionamento urgente para se encaixar no perfil daquilo que se pode definir como projeto prioritário. Diagnóstico feito pela equipe do candidato ao governo pela coligação Muda Rondônia (PSDB-PSDC-PSD), Expedito Junior, aponta falhas preocupantes que precisam ser corrigidas com urgência. “Um governo que se preocupa com o futuro de seu povo tem que fazer do discurso de prioridade, principalmente nas áreas da saúde e da educação, uma prática diária. Essa é uma meta com a qual não se pode transigir”, afirma Expedito.

O diagnóstico concluiu que apenas 2/3 dos jovens com 16 anos terminam o ensino fundamental e só 46,5% até os 19 anos terminam o ensino médio, quadro abaixo da média nacional e um dos piores da Região Norte.

Atualmente, segundo reclamações de professores de várias municípios do Estado, a educação pública estadual está sendo conduzida “por gravidade, sem projeto pedagógico sustentável ou continuado”, conforme relatou uma professora da escola Carmela Dutra (prefertiu anonimato para evitar retaliações), unidade educacional das mais tradicionais de Porto Velho, cuja concepção era servir de referência em educação pública.

Uma recente declaração atribuída ao candidato da continuidade por sua própria assessoria, porém, define bem a concepção do atual governo sobre educação de qualidade. “A boa escola é o que vai resolver a situação do país e de Rondônia”, enfatizou o candidato à reeleição em reunião no Jardim Santana, na noite sexta-feira (15), como se a estrutura física fosse mais importante que o material humano e as práticas pedagógicas oferecidas.

Além das manifestações de professores que se sentem desestimulados, na semana passada o candidato foi procurado por pais de alunos do ‘terceirão’ da escola Castelo Branco, também de Porto Velho, com a reclamação de que estavam sendo obrigados a pagar professores particulares para que seus filhos não fiquem sem aulas.

Educação integral

Situação particularmente delicada é vivenciada pelo Projeto Guaporé, tido como a menina dos olhos do governo atual, criado para oferecer educação integral. Todas as 19 escolas estaduais onde o projeto foi implantada apresentam sérios problemas que desvirtuam a configuração da proposta. Em Cacoal, por exemplo, as escolas Carlos Drummond de Andrade e Celso Ferreira da Cunha, enfrentam todo tipo de problemas, que vão desde a resistência dos pais em aceitar o projeto, até falta de professores, de merendeiras e de inspetores, passando pela falta de espaço para atender todas as atividades; parte elétrica comprometida colocando em risco a vida das crianças; dificuldade em firmar parcerias quanto aos espaços para as atividades; falta de ônibus escolar e de motorista e até mesmo conflito entre os professores da base comum com os do projeto.

Em Ouro Preto do Oeste, a escola Monteiro Lobato, além de problemas semelhantes, registra ainda falta de local para guardar materiais, roupas e calçados dos alunos; falta de bancada para os computadores no laboratório de informática e também conflito entre professores devido ao barulho no pátio, corredores e até interferência nas salas de aula pelos alunos do contra turno.

Em Porto Velho, nas escolas Flora Calheiros e Marcos Freire a situação é ainda pior. Insuficiência de espaço, de funcionários, cortes na gratificação de sala de aula dos professores e das horas extras das merendeiras e zeladoras; necessidade de professores de matemática e de geografia; ocupação de salas da educação integral por turmas da correção do fluxo; falta de professores para as oficinas, enfim uma situação na qual nem mesmo a coordenadora acredita no projeto.

Em Guajará-Mirim, onde o projeto deveria servir de modelo para todo o restante do Estado, nas escolas Alkindar Brasil de Arouca, Casimiro de Abreu e Capitão Godoy, o quadro é igualmente deficitário. Falta de banheiros, de professores, de zeladores, merendeiras, motoristas, carteiras escolares, atividades complementares, são os problemas comuns mais citados.

Estes, dentre vários outros, são problemas que se repetem em Vilhena (escola Deputado Genival Nunes); em Pimenta Bueno (Onfredinho); em Espigão do Oeste (Jean Piaget); em Rolim de Moura (Monteiro Lobato); em Ji-Paraná (Silvio Micheluzzi); em Jaru ( Nilton Oliveira de Araújo); em Ariquemes, terra do governador e de onde levou a ideia da educação integral (escola Francisco Alves Mendes Filho) e Buritis (Francisco Chiquilito Erse), além das escolas Bela Vista, Ulysses Guimarães e Juscelino Kubitscheck.


Com informações da Assessoria