Em Linhas Gerais:

Gessi Taborda

Publicada em 10 de March de 2016 às 13:16:00

Políticos condenados à prisão na iminência de fugir para não ter de enfrentar o xilindró

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FILOSOFANDO

“É muito mais fácil corromper do que persuadir”. Sócrates (469 a.C/399 a.C), filósofo ateniense, da Grécia antiga, que foi professor de Platão e Xenofontes.

"QUADRILHA"

A praga da corrupção anda espalhada por todo o estado de Rondônia. Cresce o número de prefeitos, vereadores e secretários municipais pegos com a boca na botija, sugando os sempre parcos recursos públicos, em favor do enriquecimento ilícito.

Sobre esse tipo de evento, uma fonte do MP disse à coluna que “há que se endurecer” a punição desses “servidores públicos”. Eles não devem ser responsabilizados apenas por improbidade administrativa. Assim, já se estuda uma nova ação contra o ex-prefeito José Márcio Londes Raposo, a vereadora Rosa Pereira (PSL), o filho dela Edemilson Pereira dos Santos e a ex-secretária municipal de Desenvolvimento Social Ângela Cristina Candelorio Bim, todos de Ariquemes, para que respondam também pelo crime de formação de quadrilha.

PASMEM

Carlão de Oliveira, o ex-deputado que foi presidente da Assembleia, preso e investigado na Operação Dominó, apontado como chefe de enorme quadrilha, que desviou milhões do Poder Legislativo, ainda não está preso. Graças ao entendimento emanado pelo STF, todos condenados com sentença confirmada em segunda instância têm de começar a cumprir a pena. Mandado de prisão em desfavor de Carlão de Oliveira, pai de Jean Oliveira, deputado em segundo mandato nessa legislatura, já foi expedido. Todavia, Carlão sumiu.

INTOCÁVEL

Carlão se tornou inelegível em virtude da prática de corrupção. Mas nunca se contentou em purgar sua ação criminosa no limbo, com outros políticos integrantes de sua quadrilha.

Agindo como um “intocável” manteve sua influência na política filho Jean, sempre eleito com sua coordenação, primeiro para vereador de Porto Velho e depois deputado estadual.

Esse ano, no projeto de poder de Carlão, a ideia era lançar um irmão de Jean para concorrer à vereança.

BAQUES

Nesse cenário Carlão sofreu o primeiro baque com problemas de saúde. Passou alguns dias numa UTI hospitalar e acabou indo para São Paulo onde, consta, recebeu pontes de safena num caríssimo hospital paulistano. E agora, para evitar (mais uma vez) cumprir a pena de prisão, o ex-presidente da Assembleia dá uma de coitadinho, implorando uma liminar na Justiça de Rondônia para, “cumprir prisão domiciliar”.

MANSÃO CONHECIDA

O desembargador Walter Waltenberg, o estranhou o pedido apresentado pela defesa do ex-presidente preso no escândalo da Assembleia pela Operação Dominó, ao constatar a inexistência do endereço onde Carlão se encontra e sequer analisou o pedido de revogação da prisão e a concessão de prisão domiciliar para o deputado.

Claro, a mansão onde Carlão de Oliveira reside no bairro da Lagoa, na região da Nova Porto Velho é conhecida de toda a classe política rondoniense, frequentada numa espécie de romaria.

RISCO DE FUGA

O ex-presidente da Assembleia, de acordo com todas as fontes consultadas, tem plenas condições de saúde para cumprir pena no sistema carcerário rondoniense. Em São Paulo ele sofreu o procedimento cirúrgico em 15 de fevereiro passado e uma semana depois (dia 22/02) já estava de alta. Pelo visto, Carlão é outro personagem da política local que pode engrossar a lista daqueles foragidos, homiziados na Bolívia.

O OSSO

Vilhena, um dos mais importantes municípios de Rondônia, principalmente pela sua destacada produção de grãos, parece ter dificuldades de escapar dos projetos criminosos de Poder, pelo qual a imagem da cidade acaba arranhada por corruptos conhecidos em todo o Brasil. Acreditando quem em Vilhena nada muda, os Donadons sonham em voltar ao comando da prefeitura. Será que conseguem ???

TOLERÂNCIA

Firmando-se como uma cidade bastante compreensiva com a prática da corrupção, tem muita gente apostando no retorno da família ao comando de Vilhena, mesmo com a ruidosa condenação de Natan Donadon, que passou uns anos no presídio da Papuda (DF), enquanto seu irmão, o ex-deputado Marco andou morando um bom tempo no Urso Branco, em Porto Velho.

NIVER DO MAURÃO

Centenas de pessoas passaram por um café da manhã no dia ontem, em um buffet próximo da Assembleia para cumprimentar Maurão de Carvalho, o presidente do legislativo estadual, pela comemoração de seu aniversário. Maurão chegou aos 51 anos com toda vitalidade para construir o seu projeto político de chegar ao governo rondoniense em 2018.

BLOCO DOS DELEGADOS

Os delegados da Polícia Federal vão aproveitar os protestos de domingo para também colocar o bloco na rua. Eles dizem que a manifestação é “apartidária”. Vão pedir apoio dos manifestantes para autonomia orçamentária da Polícia Federal. A campanha, deflagrada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), vai ocorrer em todo o País. 

PARTIDO DEFINIDO

Como contou à coluna, o partido escolhido para a consolidação do projeto de suceder o Confúcio Moura já está definido. O deputado Maurão de Carvalho vai filiar-se nos próximos dias ao PMDB. Ele não vê problemas de convivência nesse partido que tem como grande cacique o senador Valdir Raupp. Convidado por siglas menores, Maurão preferiu “um partido organizado e forte em todo o estado” e vai para o PMDB com esperança de que suas pretensões políticas sejam devidamente incorporadas pelas bases peemedebistas, “fazendo a campanha ter musculatura suficiente para ser vitoriosa”.

RAUPP NA MIRA

Em delação premiada, o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral (PT-MS) citou não apenas os nomes da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também de colegas da Casa. A delação do petista é mantida sob sigilo na Procuradoria-Geral da República e no Supremo Tribunal Federal, onde os termos do acordo devem ser homologados pelo ministro Teori Zavascki nos próximos dias.

Além de Raupp, também estão na mira da Lava Jato os senadores Edison Lobão (MA), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA). Não se sabe ainda o que Delcídio relatou sobre Valdir Raupp.

O presidente da Casa, senador Renan Calheiros (AL), é investigado em ao menos seis inquéritos abertos contra ele perante o Supremo Tribunal Federal por suposta participação no esquema de corrupção na Petrobras.

PREÇO DA CAMPANHA

Um especialista ligado a uma agência de publicidade acostumada a orçar os custos das disputas eleitorais, opinou para a coluna que a próxima campanha, se tiver candidatos do PMDB, PSDB, PT para enfrentar a campanha de reeleição do prefeito, vai custar, aqui em Porto Velho, alguma coisa próxima dos 28 milhões. Há um porém: Legalmente o teto de gastos por candidato não chega a R$ 1,8 milhão, conforme tabela divulgada pela Justiça Eleitoral em dezembro.