Em Linhas Gerais: A cidade está na tempestade e caberá a Hildon segurar o leme rumo a um novo destino

Gessi Taborda

Publicada em 30 de November de 2016 às 08:21:00

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FILOSOFANDO

“Me arrancam tudo a força, e depois me chamam de contribuinte.” MILLÔR FERNANDES (1923/2012), jornalista, teatrólogo e cartunista brasileiro.

 

URGENTE

A reforma previdenciária é urgente. Mais urgente ainda é a revisão da remuneração escandalosa de cargos nos três poderes da República. E só depois disso será aceitável se falar em cortar vantagens dos aposentados.

E na esfera do Estado é necessário revisão nas remunerações de cargos do alto escalão do Executivo, especialmente no segmento da Segurança Pública, ou mais especificamente do oficialato militar.

 

IMPRESSIONANTE

Uma fonte chamou ontem a atenção da coluna para um fato quem nem aparece nas estatísticas: impressionante, disse a fonte, o roubo de bicicletas usadas como transporte popular na capital. O fato deixa donos de “magrelas” com os cabelos em pé, especialmente pelo desinteresse das autoridades em combater essa sanha criminosa. As bicicletas roubadas certamente alimentam um mercado de receptação e o comércio clandestino de “bikes”.

 

REDUZINDO

Na medida em que cai a empregabilidade no estado rondoniense, mais se reduz a popularidade de Confúcio Moura – que já era escassa – e isso pode, certamente, comprometer seu projeto político pessoal até chegar o momento das definições para a disputa de 2018.

 

E PELO RESTO??

A mídia mais uma vez reverberou a decisão judicial obrigando o município de Porto Velho, o estado de Rondônia e a própria União a pagar pesadas multas pelo abandona da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Ora, a pergunta que se faz é: E pelo abandono do resto da cidade de Porto Velho; de suas vias públicas, do patrimônio cultural, da saúde, da segurança? Vão pagar alguma coisa?

 

QUEM PAGA SOMOS NÓS

E é bom lembrar: quem vai pagar as tais multas somos nós mesmos, os contribuintes, os moradores da capital e do Estado com os impostos escorchantes cobrados de todos. Ou você está imaginando que os verdadeiros responsáveis irão ter de devolver os milhões gastos (sem transparência) naquele muquifo batizado de Praça (um simples pasto) da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré? Roberto Sobrinho, aquele apelidado de Ali-Babá, deve estar morrendo de rir e ainda pensando em retornar, na maior cara de pau, à vida pública rondoniense. E bate o bumbo!

 

FRACASSO

Acompanhando a política rondoniense desde sua transformação em estado, acabei sendo testemunha da resistência dos nossos políticos em adotar a eliminação do fracasso na gestão pública por preferir, na maioria das vezes, aprofundar a vocação ultrapassada de favorecer pequenos grupos de amigos, parentes e interesses paroquiais de siglas, com vistas às famigeradas alianças eleitorais.

É nessa prática contumaz que está a raiz de nosso subdesenvolvimento econômico, de nosso atraso, de nossa incapacidade de caminharmos com os próprios pés.

 

SÓ ASSIM

Apoiar Hildon Chaves – sem levar em conta qualquer relação de maior intimidade política – foi uma opção feita pela coluna ao imaginar que nele estava a oportunidade de eleger alguém personificando a ideia nova de gestão e de novos métodos de se fazer política. 

Não havia no pleito ninguém mais apropriado para por um ponto final naquele conceito de que “aqui as coisas funcionam assim”; uma contradição provada em décadas que não se superou nenhum dos entraves ao desenvolvimento de Porto Velho. As coisas não funcionarão assim, sem se quebrar o paradigma adotado pelos últimos prefeitos dessa capital.

 

NOVAS CONEXÕES

Hildon, logo no princípio, mesmo sem o traquejo fundamental aos políticos, se apresentou com o amplo desprendimento das coisas que trouxe a capital rondoniense até aqui, num contexto de oportunidades perdidas, de falta de alternativas (especialmente para a geração saída de nossas escolas universitárias) e de probabilidades de dar o salto necessário.

 

TALHADO

O novo prefeito deve demonstrar o mais rapidamente possível que é o cara talhado para promover as novas conexões da gestão portovelhense. Tem de anunciar logo medidas que serão tomadas para aumentar as oportunidades da cidade encontrar um futuro mais propício. 

Todos nós que apoiamos Hildon Chaves esperamos dele um caminho de melhores alternativas e de novos resultados. A cidade não aguenta mais uma gestão de baixíssimos resultados como aconteceu até agora.

 

NA TEMPESTADE

É claro que a possiblidade de dividir o leme da cidade com gente que traz consigo as feridas das batalhas perdidas dos anos das gestões estéreis e sem legados é uma temeridade. É preciso que o prefeito escolhido pela maioria do povo não ande por trilhas pisadas e lembradas pelos longos anos de ineficiência. 

A cidade está na tempestade. E caberá a Hildon Chaves segurar o leme em direção a um novo destino nessa turbulência toda. 

 

GRUMETES RUINS

Terá de mudar o rumo em plena tempestade. Com grumetes ruins, mesmo trabalhando duro vai ser difícil se diferenciar da catraia que até hoje passou pelo gabinete mais importante da política municipal.

A busca incessante pelo caminho mais fácil para a retomada do crescimento recuperando a dignidade de Porto Velho, nos aspectos econômico e sociocultural, passa por um secretariado que não precise de testes, experimentos, protótipos ou hipóteses. Tomara que o novo prefeito leve isso em consideração.

 

DESGUARNECIDA

É difícil compreender se a distribuição às pencas de voto de louvor da Assembleia Legislativa – em mais uma iniciativa do deputado (ex-praça) Jesuíno Boabaid – laureando de uma só vez 300 membros da Polícia Militar que (na opinião do deputado) se destacaram em sua atuação (para outros parlamentares, os milicianos apenas cumpriram suas obrigações profissionais) não deixou a cidade desguarnecida na última segunda feira. Tem gente embatucada com tanta generosidade parlamentar na entrega desses mimos ao nesse ano, a ponto de perguntarem-se: “É um mero atrevimento de deputados com a opinião pública ou eles simplesmente perderam o senso do ridículo”.

 

ATUAL

Esse tipo de comportamento da classe política local, ampliado com os efeitos de uma propaganda paga pelo cidadão-contribuinte-eleitor na TV mais parecida com comercial criado para vender sabão em pó, faz tornar atual aquilo que Anatole France, ganhador do Nobel de Literatura de 1921, dizia em Paris: “O tolo é mais maléfico que o malvado, pois o malvado às vezes descansa, mas o tolo está 24 horas por dia a postos para cometer uma tolice.” A frase se enquadra ou não nessas praticas folhetinescas de alguns deputados estaduais?