Em Linhas Gerais: A onda amarela que ainda não contagiou ninguém e o fracasso das oposições

Gessi Taborda

Publicada em 08 de September de 2016 às 17:27:00

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FILOSOFANDO

“Já foi o tempo em que a união fazia a força. Hoje a União cobra os impostos e quem faz a força é você”. Max Nunes(1922/2014), Médico e humorista brasileiro.

RECORDE

O ano de 2016 deverá ser mais seco na Amazônia em comparação aos anos de 2005 e 2010, períodos de estiagem severa na região. A conclusão é de pesquisadores da agência espacial americana Nasa (National Aeronautics and Space Administration). O agravamento da falta de chuva é provocado pelo El Niño, fenômeno climático que causa o aquecimento das águas da superfície do Oceano Pacífico.

ATÉ ONDE?

No sábado a Justiça Eleitoral rondoniense concluiu pela impossibilidade da permanência do petista Roberto Sobrinho na disputa pela prefeitura de Porto Velho. Anunciou-se de forma clara a decisão de não retirá-lo da propaganda eleitoral, como determinou que todo o seu material de campanha fosse recolhido, incluindo-se até mesmo as plotagens em automóveis, etc, etc. As decisões da Justiça não surtiram o efeito esperado. O candidato continua fazendo contorcionismo para manter-se no páreo. Até onde vai a audácia catimbeira?

CATIMBA

A decisão, anunciada como terminativa, motivou mais um recurso por parte dos defensores do candidato que, também teria sido negado pela autoridade competente do Judiciário no domingo. E nem com todas as decisões da Justiça o programa de propaganda eleitoral do petista deixou de ser veiculado no horário eleitoral gratuito (??) da segunda-feira à noite.

Então fica a pergunta que não quer calar: Até onde irá a complacência das autoridades com a manifesta intenção do candidato petista de Porto Velho em se manter na disputa, deixando o eleitorado atônito e confuso?  A catimba praticada pela agremiação petista vai dar resultados?

ISOLAMENTO

Antiontem, em torno das 10h20, um personagem visivelmente cansado mas ainda não abatido, entrava pelo corredor principal da Assembleia numa situação de isolamento. Nem parecia ser aquele candidato do poderoso PMDB na caminhada pela prefeitura, mostrado todos os dias no horário da propaganda eleitoral na TV como se liderasse uma “onda amarela”, termo utilizado pelos escribas de sua campanha para tentar passar a ideia da chegada de uma vitória acachapante no próximo dia 2.

O que se viu ontem foi um personagem melancólico, com um sorriso forçado, sem o condão de transmitir ânimo até mesmo àqueles que por dever de ofício têm de acreditar na sua unção. Falha do marketing? Possivelmente, pois quem afirma estar num movimento de crescente liderança não pode caminhar sozinho, andar por instituições públicas como a Assembleia em plena véspera de feriado corporificando o isolamento de quem não consegue ser líder de nada... Sinceramente, fiquei surpreso com o abatimento do candidato do partido de Valdir Raupp.

SENSATEZ

Nunca ficou tão evidente nessa campanha eleitoral o fracasso das Oposições. A dificuldade dos candidatos perfilados no “grupamento oposicionista” para convencer o eleitorado é mais do que evidente. Eles vão caminhando para o fim desse pleito sem incorporar o inconformismo dos moradores da capital rondoniense com a gestão a ser encerrada nesse ano.

É claro que o inconformismo é uma verdade expressa nos índices de desaprovação do prefeito que (mesmo assim) busca um novo mandato. Uma vitória desse projeto com desaprovação recorde da população portovelhense vai comprovar exatamente a “incompetência” dessa oposição de araque, fruto da insensatez dos partidos na escolha de verdadeiros “postes” que não dão sensação de segurança aos eleitores de Porto Velho.

ESCOLHA ERRADA

A cúpula do PMDB não estava errada em defender candidatura própria para o partido, especialmente num cenário sem nomes notáveis com os quais valeria a pena continuar o esquema de co-participação com outras forças políticas, como vinha sendo praxe dessa sigla nas décadas em que evitou ter um nome na disputa.

Mas a escolha aconteceu como se os caciques do partido não tivesse certeza de que a população está farta de tantos escândalos.

Não importa se o candidato escolhido ainda está isento de condenação.

MAIS PESADA

O fato da prisão é do conhecimento da maioria. E naturalmente boa parte do eleitor olha o tal candidato com desconfiança.  Esse currículo da prisão por si só já era um aviso de que não valeria a pena o partido apostar na escolha do robusto ex-secretário para as conquistas de corações e mentes do eleitorado.

E agora o candidato a vice, escolhido inicialmente para humanizar o perfil do candidato titular, transforma-se em mais um peso na dura batalha de convencimento do eleitorado inconformado com a degradação dos costumes deletérios dos políticos.

PASTOR NA BERLINDA

A revelação de que o pastor Severino dos Ramos Marcelino da Silva, o vice na chapa de Williames, sofreu uma condução coercitiva pela Polícia Federal em Rondônia, como alvo da Operação Matreiro jogou por terra a ideia de que o religioso funcionaria como um antídoto à mácula representada pela prisão de Pimentel.

E possivelmente, ao virar alvo da investigação da Polícia Federal, o pastor Severino poderá ser olhado com desconfiança pelas próprias “ovelhas” do rebanho evangélico.

Pimentel, dentro do horário eleitoral, não chegou a ser um “opositor” do chamado candidato chapa-branca mas mesmo assim se esforçava para colocar nas suas pautas nesgas de revelações sobre as demandas não cumpridas na atual gestão. Agora ficará muito mais difícil manter uma linha de candidato diferente dos últimos gestores (???) municipais, especialmente no tocante no quesito transparência.

GARGALHADAS

A revelação das peripécias atribuídas pela investigação policial ao seu pastor Marcelino pode anular até mesmo as mais ungidas orações realizadas no meio do rebanho evangélico, garantindo um novo tempo de competência e ética na gerência dos negócios municipais.

Se o atual chefe da administração municipal soubesse aproveitar bem os pontos fracos dessa Oposição mambembe que não passou ainda pela casca do alho, certamente gargalharia.

Com o primarismo desses concorrentes em se identificar com as grandes reivindicações da sociedade portovelhense, o candidato à reeleição poderá ultrapassar a barreira da rejeição e desaprovação de seu governo, faturando mais um mandato, apenas com a renovação das promessas que não realizou no primeiro mandato e que certamente não terão garantias de que serão materializadas num segundo mandato.

INSOSSA

É uma pena que até o momento o candidato do Psol, Pimenta de Rondônia, não ocupou seu espaço na TV. Ele certamente poderia ser o contraponto desse insosso embate eleitoral.

Com os demais candidatos, malgrado o esforço do jovem deputado Leo Moraes, do PTB, o repetitivo discurso de Ribamar Araújo se apresentando como “o mais honesto político” de Rondônia, iremos até o fim nesse embate sem animosidade entre os concorrentes, numa cruzada onde ninguém cobra ou apresenta alternativa de soluções para os problemas mais sérios de Porto Velho.

E assim a plateia não demonstra interesse pelo espetáculo, pois o script desse teatro do absurdo não há espaço sequer para a agressividade que pudesse pelo menos diferenciar os candidatos. Tudo leva a crer que o resultado final será determinado pelo fanatismo ideológico de alguns militantes e nada mais.