Em Linhas Gerais: Com a campanha sem dinheiro a rodo de outrora, candidatos da capital agem como se estivessem perdidos

Gessi Taborda

Publicada em 14 de September de 2016 às 10:34:00

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FILOSOFANDO

“Não temos o Brasil que queremos, o mundo que achamos que merecemos. Vivemos tempos tormentosos”. Ministra Cármem Lúcia (1954), é a nova presidente do Supremo Tribunal Federal, cargo no qual foi empossada no último dia 12. A jurista Cármen Lúcia Antunes Rocha tornou-se a 58ª Presidente do STJ.

CANDIDATURAS PERDIDAS

É uma simples constatação e mesmo assim as várias candidaturas desse pleito pela disputa da prefeitura de Porto Velho e das cadeiras da Câmara Municipal certamente ficarão mais uma vez desconcertadas com a afirmação da coluna: os candidatos da capital rondoniense agem como se estivessem perdidos, como se não soubessem fazer campanha eleitoral sem dinheiro a rodo como acontecia anteriormente.

Estamos diante de um espetáculo ruim, sendo muito difícil escolher um desses “atores” como merecedor do voto de quem mora aqui.

Tentei ver com o espírito desarmado os programas eleitorais na TV e fiquei pasmo com tantas asneiras ditas por aqueles pretendentes ao meu voto, ao voto dos eleitores um pouquinho mais exigentes em relação à qualidade dos pretendes ao cargo de alcaide.

FORA DO PATAMAR

A campanha municipal – diferentemente das demais – tem como praxe ser intimista, com mais tendência ao diálogo entre o eleitor e o candidato. E isso – salvo raríssimas exceções – não aconteceu até agora na propaganda eleitoral. No geral temos pretendes incapazes de falar diretamente ao povo, de forma clara, inteligível, sem escamoteações.

Do jeito com que as candidaturas são apresentadas na televisão (e até mesmo em debates) é possível afirmar que as eleições desse ano não servem para melhorar e nada o nível de consciência política do povo. O que temos diante da péssima apresentação dessas candidaturas é o verdadeiro teatro do absurdo, uma autêntica casa dos horrores.

MONOTONIA

Acostumado a participar do marketing de eleições ao longo das últimas décadas, esperei ansiosamente pela disputa desse ano, o primeiro em que as doações de empresas foram proibidas, com a ideia que reviveríamos os momentos de civismo dos tempos passados, quando eleição se fazia na base das andanças, das conversas, da busca pelo convencimento presencial das candidaturas.

Imaginei que a velha história de “gastar sapatos” para conquistar os votos necessários deixaria de ser apenas uma figura de retórica.

Bom, nada disso aconteceu e dificilmente vai acontecer daqui até o dia em que nós, eleitores, teremos de ir às urnas. Sem as produções hollywoodianas das campanhas do passado, irrigadas com o dinheiro fácil das propinas das empreiteiras e do caixa dois, hoje a eleição municipal da capital rondoniense um apenas um espetáculo deprimente.

BOLHA

De um modo geral, as candidaturas na passarela eleitoral de Porto Velho se resumem a ideia de que a cidade para dar certo vai depender da bondade de cada um desses indivíduos que se julgam iluminados para se tornarem prefeitos.

Quando você o próprio (ainda) prefeito mostra sua expressão chorosa convocando todos a se emocionar por que seu primeiro mandato está chegando ao fim com “a missão cumprida” de ter colocado ordem (que ordem?) na casa e que por isso merece um novo mandato para (finalmente) dar consequência às antigas promessas, a gente fica com a impressão de que o dr. Mauro mora não na cidade mas numa bolha de vidro.

SANTIFICADOS

O leitor já refletiu sobre essa realidade? Para pedir voto, todo mundo é igualmente santo e tenta nos impingir que suas vitórias seriam privilégios de cada um de nós! A cidade está ai sofrendo o aumento do desemprego e ninguém fala nada. Tivemos praticamente agora a demissão em massa de uma empresa vinda a reboque das hidrelétricas para cá e ninguém aborda esse tipo de questão.

Com raras exceções, nem sequer dão ideia de que sabe qual é o papel de um vereador, de um prefeito, até confundem o que é da alçada do Parlamento e do Executivo! Ao fim de cada programa eleitoral, quedo-me a indagar de qual país são as figuras que pedem o nosso voto.

OPOSIÇÃO MEQUETREFE

Estamos quase no mato sem cachorro. Esse cenário é o que permite surgir na ribalta personagem que no passado foi uma espécie de destruidor das esperanças dos moradores dessa cidade tida como a mais escrota capital brasileira travestido de Oposição e de Salvador da Pátria. O cenário é de enormes dificuldades. Uma cidade com mais de 100 anos que não conseguiu resolver sequer o abandono de suas praças principais; a questão do saneamento básico, etc, etc.

Se a “oposição” que pretende substituir o atual prefeito não fosse tão mequetrefe, o cenário verdadeiro da cidade seria desnudado sem dar chances aos enganadores que a transformaram num cemitério de obras paradas, num cenário dominado pela manada de elefantes brancos, tentando novamente se travestir de arautos da bondade e do crescimento que, na verdade, nunca promoveram.

SERELEPE

O deputado Lindomar Garçom é um desses personagens acostumados a trocar de sigla partidária corriqueiramente. Depois de seu período como Verde, o deputado acabou fazendo juras de amor ao PMDB por onde imaginava ser candidato a prefeito de Porto Velho.

O projeto fracassou e serelepe Lindomar mudou novamente de sigla, tornando-se presidente regional de um desses partidos messiânicos, “por onde o projeto de disputar a prefeitura” não teria nenhuma restrição. E mais uma vez Lindomar jogou a toalha para (pasmem!) retornar ao PMDB (não mais como filiado) para apoiar o noviço Williames Pimentel.

ESPAÇO

E nessa marcha eleitoral Lindomar Garçom, a despeito de tudo o que disse ao seu eleitorado, tem caminhado ao lado de Pimentel, como se com ele tivesse emergido o seu verdadeiro guru político. Até simpatizantes extremados de Lindomar Garçom ainda não compreenderam qual é o alvo dessa vez.

Consta que o espírito trânsfuga de ex-prefeito de Candeias volta a ser ativado tendo como alvo 2018. E ai não se pode esquecer que Lindomar deve manter vivo o sonho de disputar até o governo do Estado. A construção desse caminho passa – como revela gente próxima do político de Candeias – pela ocupação de espaço com possibilidades de concretizar manobras políticas no governo de Confúcio no próximo ano.

REMOTA

A despeito das especulações sobre mudanças no andar superior do governo peemedebista de Confúcio para se adequar à nova correlação de forças que vai emergir das urnas. O nome de Lindomar Garçom, segundo fontes bem próximas da corte palaciana, tem chances remotas de ocupar algum papel de liderança no atual governo do PMDB. Na verdade, na órbita do Palácio Getúlio Vargas, tem luas-pretas que preferem deixar o deputado federal no ostracismo, pois “ele não é fundamental” em nenhuma posição do tabuleiro em que o jogo da sucessão confuciana está sendo montado.