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FILOSOFANDO

“Escrevemos, escrevemos, escrevemos. Clamamos no deserto. O clube do poder tem as portas lacradas e calafetadas.” OTTO LARA RESENDE (1922/1992), jornalista e escritor brasileiro, que recebeu o Prêmio Jabuti de 1993. Foi formado em Direito pela UFMG.

 

EM BRASÍLIA

A fonte é credível. E segundo ela, o governador Confúcio Moura estará hoje em Brasília, para participar, no Ministério da Fazenda, de reunião com todos os governadores, para discutir a situação financeira dos estados. Não se falou nada sobre a pauta elaborada por Confúcio a ser apresentada em Brasília. Segundo consta, a situação rondoniense está se aproximando do estrangulamento, embora o governo do peemedebista não trate o assunto com transparência.

 

MENOS APOIO

Senadores observam com cautela as investidas do presidente do Senado, Renan Calheiros, contra o Judiciário. Ninguém reclama, mas o apoio está se esvaindo.

 

MARAJÁS PODEROSOS

Se o combate aos marajás no passado rendeu até uma presidência da República ao “caçador de marajás”, hoje essa casta está mais do que intocável. E nunca se viu tantos marajás. Há um medo generalizado de enfrenta-los. Afinal, os atuais marajás são juízes, delegados, coronéis, promotores, deputados, enfim, a classe dirigente do país. São os aquinhoados com superprivilégios e supersalários, sempre conseguidos através de manobras na lei.

 

O PRÓXIMO

Pelo visto a prefeitura de Porto Velho está cheia daquele tipo de gente sempre disposta a ficar do lado que a vaca deita, com a certeza de que o “melhor governo é sempre o próximo”. Bastou o vazamento de nomes ligados à política do passado como prováveis secretários para alimentar a expectativa de integrantes do governo que sai de continuar nos cargos após a troca do prefeito, “como se a administração fosse um feudo” devidamente demarcado.

 

CRÍTICA INJUSTA

Se no passado vigorou a ideia de que o Tribunal de Contas rondoniense não agia com o rigor necessário, agora a situação está mudando, mesmo levando-se em conta a influência política que determina a ocupação dos cargos de Conselheiros.

Mas tem gente, na própria imprensa, demonstrando não ter “captado” o espírito da coisa. A ponto de criticar o Conselheiro Wilber Coimbra por ter inviabilizado a última tentativa de Mauro Nazif de prolongar a maquiagem na “solução” do transporte urbano.

 

NÃO É DE FACHADA

Ainda bem que o TCE rondoniense tem dado demonstrações de que não é uma instituição de fachada.

Quando o TCE se torna omisso e passa a avalizar contas e ações maquiadas de governantes, o risco é ver, como acontece agora no Rio, o estado entrar em colapso. Por tudo isso, espera-se que o TCE rondoniense continue atuando para não deixar ileso de responsabilidade por episódios suspeitos o prefeito que sai.

 

CAÓTICO

O prefeito Hildon Chaves vai receber uma herança completamente erodida para gerir a partir do próximo ano. Mas provavelmente o segmento mais caótico é o transporte público, aliado ao trânsito. Mauro nunca conseguiu cumprir sua promessa de substituir o “monopólio” mantido na era petralha, por alguma coisa mais eficaz no atendimento da população.

A “coisa” que ai está batizada como SIM e inventada pelo prefeito que sai como uma “solução emergencial”, não melhorou em nada o serviço prestado ao povo.

 

SIMPLES TRANSFERÊNCIA 

Como se percebe hoje, só aconteceu a transferência do sistema apodrecido do passando ao controle de nicho capitalista prestigiado pela, como se diz à boca pequena, “turma do quibe”. 

Caberá ao prefeito Hildon Chaves aplicar seu conhecimento de gestor para resolver eficazmente essa situação, sem “contrato emergencial”, adotando uma solução definitiva aberta aos empreendedores de todo o Brasil.

 

POR BAIXO

Mais uma vez a segunda feira acabou se transformando em palco de uma desastrada ação parlamentar que, certamente, serviu para depreciar ainda mais as láureas criadas pela Assembleia Legislativa para homenagear pessoas que prestaram “relevantes serviços” ao estado de Rondônia.

De acordo com informação do Legislativo, pelos menos 101 pessoas foram chamadas para receber ontem o galardão do parlamento, numa iniciativa do deputado Jesuíno Boabaid que vai se tornando nome notório daquela Casa na promoção dessas concessões.

 

PLENÁRIO ESVAZIADO

A concessão dessas láureas às carradas parece não agradar nem mesmo a todos os laureados já que ontem era visível o esvaziamento dos escolhidos no plenário da Casa. A láurea, distribuída dessa forma passa a ser nivelada por baixo. Com certeza a distribuição de condecoração de mérito instituída pelo parlamento imerecidamente por qualquer parlamentar só acontece para atingir supostos objetivos meramente eleitoreiros.

 

FOLCLÓRICO

Jesuíno Boabaid costuma ser classificado como um político folclórico. E mesmo assim consegue inegáveis vitórias eleitorais, principalmente agindo como “porta voz” dos milicianos rondonienses, mantendo vivo seu passado de praça da PM, de onde acabou sendo expulso. Foi, segundo consta, graças ao apoio dos antigos companheiros de caserna que conseguiu eleger sua mulher vereadora nas eleições desse ano.

 

HERÓI

Ele se vê como um herói da corporação militar, a ponto de utilizar no seu “Informativo de Atividades Parlamentar” o dístico “O Praça que Desafiou o Governo”.

E sua ação parlamentar não é apenas distribuir láureas do parlamento a segmentos específicos da caserna, mas também de defender propostas nascida dessa espécie de corporativismo, até mesmo buscando descaracterizar a disciplina militar, apontando membros do comando da corporação como meros perseguidores dos subalternos.

 

LOUVOR

Recentemente o deputado do PMN, apresentou requerimento na Assembléia para, como é de seu costume, conceder voto de louvor a todos os agentes penitenciários de Rondônia. A justificativa (pasmem!) está no simples fato de que esses servidores públicos cumprem com suas obrigações em presídios como a Casa de Detenção dr. José Mário Alves da Silva.