Em Linhas Gerais: Falar em turismo no cenário de abandono no qual a cidade está submetida há anos é vigarice

Gessi Taborda

Publicada em 30 de April de 2016 às 11:34:00

[email protected]

FILOSOFANDO

“O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade”. Nelson Rodrigues(1912/1980), jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro, nascido em Recife (PE). Apontado como renovador do teatro brasileiro com a peça “Vestido de Noiva”, seu maior sucesso.

RIR OU CHORAR

Ao tomar conhecimento de que a prefeitura decidiu isolar a praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré (Praça? Que praça? Então aquela coisa suja, sem jardins, sem arborização, sem iluminação pode ser considerada praça?), colocando grades e dentro do cercado (pasmem!) “guias turísticos” fiquei na dúvida: a “novidade” era motivo para rir ou para chorar...

CONVERSA MOLE

Afinal, inventar essa conversa mole de “guias turísticos” numa área onde não há nada capaz de atrair turistas parece mesmo uma piada. No entanto, a desfaçatez da besteira imaginada pelo burgomestre revela a tragédia de uma gestão, motivo para choro de um povo que aspira uma cidade moderna, desenvolvida, polo de cultura, etc, etc... Revela muito mais, a incapacidade do prefeito em livrar o centro de Porto Velho da decadência crescente.

CALHORDICE

Falar em turismo no cenário de abandono no qual a cidade (e especialmente o Centro) está submetida há anos é de uma calhordice inimaginável. Ora, o quadro atual do Centro portovelhense desestimula até os moradores locais a passear por ali. Como falar em turistas diante desse cenário (muito pior na tal praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré)?

CORAR DE VERGONHA

Aliás, na área central da cidade os problemas se acumulam ano após ano: a sensação de insegurança, sujeira nas ruas, mau cheiro em alguns pontos, a completa desordem do comércio informal, esta é a realidade. Andar nas calçadas é um desafio, uma exibição de contorcionismo onde o pedestre precisa superar obstáculos como buracos, lixo, tabuleiros. E as praças deveriam fazer o mequetrefe prefeito corar de vergonha.

DESAFIO

Mudar essa cena degradante de um Centro abandonado será um dos desafios a ser enfrentado por quem for eleito prefeito de Porto Velho nas eleições de outubro próximo. Aliás, até agora nenhum dos “prefeituráveis” abordou o tema.

Nem a relativa beleza do conjunto de prédios antigos evitam, nos dias de hoje, o sofrimento do olhar de quem se detém a verificar os detalhes do velho Centro. A impressão é ruim. O que fica na memória é a imagem de prédios abandonados, pichados, praças largadas ao léu. Porto Velho não merece, nem os portovelhenses.

SONHO DISTANTE

Tem muita coisa no centro funcionando como testemunho de uma cidade onde o prefeito não está nem ai, a não ser para fazer demagogia barata, na esperança de continuar enganando os moradores da capital do estado.

A questão da mobilidade é exemplo: é praticamente impossível estacionar um veículo na área central. Isso sem falar da dificuldade do cidadão chegar, circular e sair da área. O sistema de transporte é completamente ultrapassado: a funcionalidade do BRT ainda é um sonho distante.  Calçada livre é artigo raro, e com rampas para cadeirantes é mais raro ainda. É impossível desenvolver turismo sem cuidar antes do Centro.

DESEJO

O povo não está interessado em ideias estapafúrdias como essa inventada agora de cercar a praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Isso apenas vai prejudicar uma situação que rotineiramente já é ruim. É claro que alguém vai ganhar com isso, principalmente se o prestador do serviço for escolhido pelo almanaque de Nazif e Gilson e não por concorrência pública

CADÊ OS EDIS?

Os cidadãos gostariam de ter o centro da sua cidade organizado, limpo, acessível e belo. Os turistas (quando eles vierem), nem se fala.

Em ano de eleição é preciso pensar que os vereadores têm obrigação de ajudar em projetos que beneficiem a população. Pelo visto, os vereadores da legislatura que termina nesse ano não ajudaram em nada a melhorar o aspecto da cidade nem mesmo no centro. Mas é claro que todos pretendem conseguir um novo mandato, mas isso dependerá do julgamento do eleitor.

NADANDO DE BRAÇADA

Em sociedade tudo se sabe. O filho do ex-sindicalista Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, tem bom gosto. No último feriado jantou no caríssimo Zuma Restaurant, em Miami, frequentado por celebridades e por importantes nomes do esporte mundial.

DESESPERO

Enquanto isso Lula demonstra desespero pelo que lhe reserva o futuro próximo. Agora a defesa do chefão do petismo tenta afastar o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da Lava Jato.  A defesa de Lula fala em "pré-julgamento" por conta de uma entrevista do procurador. Acontece que o procurador não julga nada, só denuncia.

CEGUEIRA DO ALI BABÁ

O primeiro lance concreto tornado público na costura de alianças para a disputa eleitoral desse ano aconteceu nessa semana, tendo como personagem principal o engenheiro Edgar (do Boi) Tonial, o presidente do PSDC em Rondônia, confirmado como pré-candidato na sucessão municipal de Porto Velho.

Coube a ele receber uma inesperada visita na direção do partido. Era nada menos que a figura do ex-prefeito petista Roberto Sobrinho, responsável pelo desastre praticado contra a capital que rendeu ao lulopetista a alcunha de Roberto Ali-Babá Sobrinho, enquanto a prefeitura (em sua gestão) passou a ser chamada de a “Caverna dos 40 Ladrões”, como no mitológico conto árabe.

NEM PENSAR

A visita do famigerado personagem não foi prazerosa para Edgar. Afinal, como tem dito, a motivação de sua possível candidatura é a de construir um novo rumo para o município de Porto Velho, buscando recuperar principalmente os bons costumes da gestão pública.

Homem equilibrado e calmo, Edgar recebeu com cortesia a cúpula do PT municipal que foi procura-lo na intenção de formar uma aliança, algo totalmente fora de propósito, como confessou o líder do PSDC à coluna.

O PT FRACASSOU

E comentando o caso, ele acrescentou: “realmente o ex-prefeito parece ter dificuldades de aceitar que fracassou, ao permitir os desvios na sua gestão de quase oito anos”. E disse mais o dirigente partidário: “Partido que tem bom senso, que vai trabalhar para que surjam tempos novos e permita à população voltar a acreditar no resgate da cidade, não vai se aliar a quem é incapaz de fazer um mea-culpa pelos acontecimentos repugnantes que ainda hoje infelicitam os moradores de Porto Velho”.