Em Linhas Gerais: Não será com figurinhas carimbadas que o novo prefeito estará reafirmando suas propostas vitoriosas no pleito

Gessi Taborda 

Publicada em 28 de November de 2016 às 07:42:00

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FILOSOFANDO

Aquele que olha para fora, sonha. O que olha pra dentro, desperta.” CARL GUSTAV JUNG (1875/1961), suíço que fundou a psicologia analítica. Jung propôs e desenvolveu os conceitos da personalidade extrovertida e introvertida, arquétipos e o inconsciente coletivo.

 

PARA MUDAR

Até o presente momento não há nenhum nome anunciado pela boca do novo prefeito como integrante daquele que será o secretariado municipal para a gestão a ser iniciada no primeiro dia do ano próximo. 

Especula-se muito e nomes vazados pelo colunista mais próximo do prefeito eleito – que foi seu guru político na campanha – que deram margem a muitas críticas e sobressaltos na opinião pública.

Facilmente compreensível se levarmos em conta que a população deu a Hildon Chaves uma votação consagradora por ver nele uma perspectiva de mudança. E não se mudará nada com retirando do limbo figuras que nem sequer deixaram algum legado que mereça ser lembrado.

 

ARTILHARIA

O novo prefeito de Porto Velho saiu pela legenda do PSDB, mas durante toda a campanha fez questão de realçar seu perfil de empresário e bem sucedido gestor privado, completamente livre das ligações cotidianas da política. Foi praticamente um candidato longe dos caciques partidários e de lideranças classificadas pelo próprio Hildon, durante a campanha, de arcaicas e superadas.

Exatamente por se apresentar como o novo na política apodrecida de Porto Velho, Hildon sofreu como ninguém uma artilharia montada por velhos caciques e líderes empedernidos para arrebentá-lo. O jovem Leo Moraes fez o papel de ponta de lança dos caciques de sempre e isso, também, foi um fator que contribuiu para sua derrota. 

Ora, certamente o prefeito eleito precisa levar em conta os contornos da disputa na hora de montar o seu “staff”.

 

BANHO

Hildon lutou praticamente contra tudo e contra todas as forças políticas tradicionais da cidade. Tocou sozinho sua campanha, tendo como pano de fundo apenas o apoio recebido de gente do povo e de uns poucos integrantes da mídia, especialmente da especializada em política. 

E se deu muito bem; deu um banho não só em Leo Moraes mas naquilo que o jovem do PTB representou. Um filho de um ex-delegado que se deu muito bem na vida aqui nessas paragens rondonienses e que – pela virulência empregada na campanha – chegou a contar com o apoio do próprio governo estadual e até de personagens mais retrógrados, como comunistas e petistas.

 

ERA AZARÃO

Pode-se dizer hoje que Hildon Chaves foi realmente o candidato descolado da política tradicional. Usou o PSDB para se tornar candidato pela simples imposição legal, mas não foi eleito pelos tucanos. De grande azarão aceito pelos emplumados que ficaram desorientados com a desistência de Mariana Carvalho em participar da disputa, o empresário Hildon tornou-se nome encorpado mais pelo apoio e tenacidade de gente como seu próprio vice, o engenheiro Edgar (Tonial) do Boi.

 

AUSTERIDADE

Por tudo o que está escrito acima, pelo discurso de austeridade, do combate ao empreguismo e ao nepotismo, da independência dos conchavos políticos, e por ter mostrado de forma contundente a culpa das lideranças arcaicas no atraso socioeconômico da capital rondoniense, certamente Hildon Chaves não deve correr o risco de abrir espaços para tais figuras com propostas e ideias refratárias à modernização em seu governo.

 

CARIMBADAS

Não será com nomes vazados pela primeira vez, na maioria figurinhas carimbadas como o Tião Valadares; ou como a manutenção de Márcia Luna, o nome mais recentemente lembrado, que o novo prefeito estará reafirmando suas propostas vitoriosas no pleito.

A cidade quer um prefeito para fazer diferente, pondo fim à gastança sem critério, extinguindo cargos comissionados de conhecidos aspones, reduzindo verbas exageradas para propaganda, colocando interesses coletivos acima dos interesses familiares e de amigos.

 

MUDANÇAS

Com Hildon Chaves na prefeitura o que mais deve importar, objetivamente, são as mudanças estruturais e de gestão, todas entendidas como necessárias e inadiáveis para a recuperação da economia da cidade, propiciando a geração de empregos e renda para seus habitantes.

 

SUCATEADA

Nazif sai e deixa a cidade sucateada nos segmentos da saúde, da educação, do trânsito e do transporte, e pior, com o desemprego aumentando num cenário onde impera também a insegurança. 

Cabe ao prefeito Hildon Chaves aproveitar o momento para anunciar um secretariado que não desmanche a esperança de mudanças da população, pois foi com ela que ele se comprometeu e, por isso, venceu as eleições.

 

QUE ANO!

Ao longo de minha existência não via, acho, um ano assim como 2016. Como classifica-lo? Ano da intolerância política, social e racial. Mas não fica só nisso: também é o ano do caradurismo político, como esse episódio em que Gedel Vieira foi o pivô principal mostrando como a Lei de Gerson ainda está em pleno vigor no nosso país. 

 

CIDADE DA VERGONHA

E exatamente pelo desenfreado desejo de membros da classe política em “aliviar” para o seu lado, tivemos aqui em Rondônia os lamentáveis acontecimentos na Cidade da Vergonha ou simplesmente Vilhena, lá na fronteira com o Mato Grosso. Uma cidade destroçada pela corrupção da classe política.

Imagine como é degradante viver numa cidade onde prefeito, vice, vereadores e mais uma pá de gente está na cadeia, acusados de meterem a mão no erário sem dó e nem piedade.

 

ZURETA

Ufa! Ainda bem que estamos no fim do ano. E em Porto Velho dá para sentir como nos faz mal viver num município comandado por gestores mequetrefes. Se Mauro Nazif tiver um pouquinho de senso do ridículo não se atreverá mais a participar da vida pública. Porto Velho é certamente a única capital de estado no Brasil que não têm e nem terá decoração natalina. E nem assim Mauro vai recolher os “flaps”. Tentará certamente conseguir um novo cargo em 2018.  Se vai conseguir são outros quinhentos.

 

SOBRESSALTOS

Mas com a morte de Fidel Castro o ano, imagina-se vai terminar sem mais sobressaltos. Pelo menos a biruta do aeroporto apontando para senadores rondonienses na alça de mira da Lava Jato não deverá ficar mais zureta nesse final de ano. Todavia, quem por aqui hoje treme diante do que virá com a denúncia de fim de mundo da Odebrecht é melhor se precaver com banhos e despachos nas encruzas antes do galo cantar na virada do ano.