Em Linhas Gerais: Prefeito escolhe temporada de chuvas para dar início a pacote de obras

Gessi Taborda

Publicada em 28 de January de 2015 às 12:40:00

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PASSARELA DAS PROMESSAS
O prefeito Mauro Nazif iniciou mais um desfile de promessas. Isso parece ser a confirmação de que espera disputar um novo mandato e acredita que conseguirá modificar a péssima imagem que tem diante da opinião pública de Porto Velho.
O prefeito escolheu exatamente o momento das chuvaradas para anunciar obras e um pacote especial para a zona sul, na esperança de que assim a imagem de sua gestão estéril, preguiçosa e sem rumo mude.

Na passarela das promessas entra de tudo, inclusive algumas bizarras. É o caso, por exemplo, da sinalização de “pontos turísticos” (???) da capital rondoniense. Claro que há muita apelação do prefeito para conseguir anotar a existência de quase 70 pontos turísticos nessa cidade.

Com tantos sítios turísticos (que o prefeito garante existir) não dá para entender por que Porto Velho ainda não se converteu num importante destino turístico no calendário brasileiro. Deve ser má vontade dos turistas que, na região norte, preferem ir para Manaus ou até para Jalapão, no Tocantins.

PACOTE

Na passarela de promessas de Mauro Nazif para este ano está o chamado conto do “Pacote”. Destinado à zona sul da capital, as promessas contidas no pacote pretende investir 4,6 milhões de reais para “deixar a Zona Sul com outro aspecto”, como rabiscaram no factoide os escribas oficiais.

E depois o vereador Porfírio Costa tratou de afirmar que o pacote do Nazif para a Zona Sul é simplesmente a decorrência de uma indicação do tal edil.

A cidade que completou 100 anos esses dias está muito ruim de prefeito. Afinal, como ele pretende dar outro aspecto àquela região de Porto Velho com essa merreca que não chega a 5 milhões de reais se, só para traçar um parâmetro, seu antecessor gastou quase 20 milhões na tal reforma (que não passou de uma maquiagem mal feita) da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e não mudou nada naquele local? Difícil acreditar nas promessas de Nazif.

ABSURDO

A gestão (???) de Mauro é (até agora) um desastre total. Qual obra impactante que saiu do papel nesse período todo em que ele é quem manda no município? Nenhuma. Nada do que foi prometido por esse político do PSB durante toda a campanha.

Mauro foi incapaz até de aproveitar os dois Centenários de Porto Velho (o da fundação da cidade e o da instalação do município) para organizar eventos culturais significativos para a data. E até a festinha mequetrefe feita com a tal Banda Calypso não foi outra coisa senão uma maracutaia por onde se esvaiu em torno de meio milhão pelo viés de uma dessas entidades de pasta, criadas exatamente para sugar dinheiro público.

Que credibilidade merecem as promessas que se começa a colocar nessa passarela com toda aparência de arapuca eleitoral? A meu ver nenhuma. É preciso esperar os próximos acontecimentos.

NOMES POMPOSOS

E nesse afã de enganar tolos, o time do prefeito coloca nomes pomposos em “obrinhas” que entram no desfile das promessas. É o caso, por exemplo, do “Centro Unificado de Cultura e Esporte do JK I”. Pelo nome já se imagina uma estrutura olímpica de alto nível etc etc.

Não se pode esquecer que não muito distante daquela região está a Escola Padrão em petição de miséria, tomada pelo matagal e num estado deplorável, como se a administração municipal tivesse desistido daquele que, quando inaugurada, tinha o destino de ser uma das escolas de mais alto nível no estado. Talvez por não ter um nome pomposo, a tal Escola Padrão vai se definhando cada vez mais sem chamar a atenção da gestão (???) Nazif.

DESCASOS À VONTADE

Bem que a coluna gostaria de registrar uma mudança de postura da prefeitura em relação à cidade. Mas infelizmente, o continuado descaso do prefeito em relação às mínimas exigências urbanas de uma capital como a nossa só nos dá desgosto.

Para onde se olha o que se vê são exemplos de descaso. O prefeito fala de “pacote de obras” enquanto não consegue nem cumprir a responsabilidade assumida diante do Ministério Público de “limpar as calçadas”, tomadas por todo tipo de comércio clandestino e, também, pelo matagal, pelos buracos e tudo mais. O tempo acertado com o MP já acabou e as calçadas continuam do mesmo jeito. Em alguns locais os comerciantes clandestinos se apropriaram do espaço público com a montagem de verdadeiras frutarias, mais careiras do que supermercados, embora não paguem nem impostos e nem despesas com aluguel ou pessoal.

NÃO MANJA NADA

E certamente não adianta alimentar esperanças de que o trânsito da cidade vai melhorar enquanto Mauro for prefeito. Não se resolve problemas de trânsito com a mera instalação de mais semáforos. Na verdade o excesso de semáforos tem o condão de piorar o trânsito.

Essa solução simplista é decorrente da falta de conhecimento, de competência de quem foi escolhido para mandar na Semtran. Como se sabe, o tal secretário entende tanto de trânsito como Mauro entende de missa. Então, a única coisa que funciona nesse segmento é a bem untada indústria da multa.
Aliás, as multas agora são aplicadas por servidores devidamente uniformizados em modelitos aparentemente inspirados pela polícia do fascista do Duce italiano. E assim se descobre um outro fascínio de Mauro Nazif: o militarismo ditatorial.

COMO DANTES
E assim, com pacotes ou sem pacotes, a cidade na gestão de Mauro Nazif continua feia, suja, esburacada e sem turismo de verdade. Até quando o povo vai continuar aceitando comemorar projetos que... nunca saem do papel.

SUPER DESAFIO

O deputado Maurão de Carvalho que deverá ser eleito próximo presidente da Assembleia Legislativa vai ter pela frente dois enormes desafios. Ele a próxima mesa diretora tem de enfrentar o excesso de servidores comissionados existentes na Casa e, também, tocar a construção da nova sede do Legislativo estadual.

As instituições de controle externo, como é o caso do MP, deverão pressionar para que as próximas contratações só sejam efetuadas com a realização de concurso público. Isso era um das metas que José Hermínio não conseguiu realizar.
Quando isso acontecer, certamente a população de um modo geral passará a confiar mais na determinação dos novos deputados de transformar certas práticas comuns na política do estado.

ABANDONO

O governo praticamente nem começou (espera a nova formatação da mesa da Assembleia) a funcionar e quem tem o protagonismo até agora é o vice, Daniel Pereira. Por isso coube a ele discutir com o CREA-RO as reivindicações dos engenheiros do estado.

O governador Confúcio – depois de se enrolar com as denúncias de ter chefiado a corrupção no seu primeiro mandato – parece estar vivendo um autêntico abandono do poder. Preferindo silenciar-se diante do suposto cadafalso que vai tomando forma no STJ, onde o inquérito para punir os corruptos se desenvolve ele fica alheio a praticamente tudo, incentivando o protagonismo do vice. Com isso, dá para acreditar que Daniel já está de olho nas disputas vindouras.