Em Linhas Gerais: Quem conhece o inquérito da Operação Plateias fica convencido de que a crise institucional será maior na próxima gestão

Gessi Taborda

Publicada em 17 de December de 2014 às 13:27:00

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FRASE
País desenvolvido não é onde o pobre tem carro, é onde políticos usam o transporte público.

DIFERENÇA

O I Relatório Cidades do Esporte, da ONG Atletas pelo Brasil, apresenta um diagnóstico da situação do esporte em várias capitais do Brasil. Em Belo Horizonte 98% das escolas de Ensino Fundamental conta com ginásio de esporte ou quadra coberta. Além disso, 100% de seus alunos da rede pública municipal têm aula de educação física dentro da grade regular. São dados para envergonhar esse caricato prefeito de Porto Velho.

Mas o relatório não para por ai. Natal, capital do Rio Grande do Norte, possui pátio externo para atividade física em 96% das escolas da rede municipal, sendo que 76% têm quadra poliesportiva externa e 57%, quadra coberta ou ginásio. Ah, e por falar na capital potiguar, ela foi uma das poucas cidades analisadas a informar a extensão de calçadas em boas condições de manutenção: pouco menos de 50% do total reportado pelo município.

Certamente se Mauro Nazif tivesse simancol teria de, no mínimo, corar a sua cara envergonhada pela enorme diferença.

NABO NA VELHICE

Segundo dados que acabam de ser divulgados pelo IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros passou de 74,6 anos, em 2012, para 74,9, em 2013. A elevação de três meses na longevidade média parece pequena, mas para o Ministério da Previdência Social, a questão não é tão simples. “Os benefícios deverão sofrer redução devido aos novos elementos de cálculo”, explica Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina. Quando mais as pessoas vivem, maiores são os encargos da previdência, ou seja, os dispêndios governamentais. Como o fator previdenciário leva em conta tempo de contribuição e idade, é presumível a redução dos proventos.

PREMIADO

Em meio a tanta notícia ruim, pelo menos uma muito positiva para a imagem do estado. O deputado estadual José Lebrão (PTN), recebeu no último final de semana em são Paulo, o prêmio Quality Excellence, por seu desempenho parlamentar em defesa do ecossistema, e em especial pelo apoio ao projeto de preservação dos quelônios da Amazônia, desenvolvido pela Ong Ecovale.. O prêmio foi entregue em evento no pavilhão Expocenter Norte e contou com a presença de inúmeras autoridades nacionais.

CRESCER

A próxima legislatura guarda grandes desafios. Rondônia certamente vai sofrer os impactos da economia recessiva do país que deverá fazer de 2015 um ano de quase nenhum crescimento. Para a deputada eleita Lúcia Tereza (com sua experiência de chefe do Executivo de Espigão por várias vezes) a estagnação da economia brasileira, com seus reflexos na região, será um obstáculo que a Assembleia Legislativa terá de enfrentar com deputados unidos em torno dos objetivos do estado. “Temos que esquecer um pouco a questão partidária, a briga por espaço, e focar em fazer Rondônia voltar a crescer”.

Sobre as relações do Executivo com o Legislativo, ela acredita que o governador deverá respeitar a autonomia do Legislativo e melhorar o diálogo para garantir aprovação dos projetos relevantes. Lúcia Tereza reafirma que está colocando seu nome para a avaliação dos pares na disputa pela presidência da nova legislatura, “mas fazendo isso sem ter de vender a alma”, enfatizou.

CRISE CONTINUADA

Até me disponho a ouvir as ladainhas dos correligionários de Confúcio Moura, com o batido bordão de que seu segundo mandato vai transcorrer na mais “perfeita tranquilidade”, como vaticinou Valdir Raupp.

Mas não se iludam. Quem conhece o conteúdo do inquérito recheado com as descobertas da Operação Plateias, em analise no STJ fica convencido de que a crise institucional será aprofundada na próxima gestão. O governador vai enfrentar um terremoto inimaginável. Para a coluna, só mesmo um milagre fará Confúcio chegar ao fim do governo e se manter na vida pública.

CLUBE DA CORRUPÇÃO

A Polícia Federal e as investigações do MPF (e também do Ministério Público estadual) descobriram tanta sujeira no primeiro mandato do governo de Confúcio que fica a impressão da existência de um Clube da Corrupção dentro do governo estadual.

Na peça acusatória em análise no STJ, dezenas de servidores públicos, vários “empresários” financiadores de campanha e muitos parentes do próprio governador são apontados como sócios do clube.

As outras operações sequenciadas, chegando a personagens políticos como Alex Testoni; como o deputado federal eleito Mosquini, e mais recentemente a essa operação desaguando na Secel e na prisão do folclórico personagem Zezinho da Maria Fumaça, fortaleceu a imagem do Clube da Corrupção.

A BANANA DE NAZIF

O prefeito de Porto Velho não teme nenhum tipo de consequência com o descumprimento de acordos firmados com o Ministério Público para tomar providências imediatas na solução de problemas urbanos da capital do estado.

Só isso pode justificar a completa inércia de Mauro na desobstrução de passeios públicos e na recuperação de calçadas para garantir mobilidade aos pedestres. As calçadas e as praças públicas continuam tomadas pelo comércio ilegal da pirataria, das barraquinhas de petiscos e até de verdadeiras “frutarias”.

Diante da incompetência do prefeito, agora as calçadas de vias de grande movimento são usadas por vendedores autônomos para comercializar móveis e (pasmem!) até barcos. Está mais do que comprovado: Nazif não cumpre determinação das autoridades judiciárias. O prefeito se acostumou a dar uma banana para esses tais de “TACs”.

BARRA PESADA
Como não haverá transição para o novo governo (já que aqui houve a reeleição de Confúcio) o grande público não tem informações sobre a situação caótica das finanças do estado. Uma fonte do setor econômico disse à coluna que a situação é muito ruim. Fornecedores não recebem e convênios não são pagos, Existe dificuldade para pagar até concessionárias.

Segundo essa fonte, para o ano de 2015 o orçamento vai ser cortado e algumas secretarias só terão a verba de custeio. Isso significa que alguns secretários terão o cargo, mas não poderão fazer praticamente nada.

ENCHEU
Não sei o leitor, mas o colunista está enjoado. Toda vez que surge uma ação de combate à corrupção no governo do estado – o que agora acontece com muita frequência – vem a conversa para boi dormir, como a de Mosquini, deputado federal eleito e do afastado prefeito de Ouro Preto, Alex Testoni: “Sou inocente!”. Eles roubam o erário e não mudam o discurso. Diante da contundência dos fatos esses escapismos são de encher o cidadão-contribuinte-eleitor.

RIDÍCULO

Sugiro que certos políticos, como Lindomar Garçom (só para exemplificar), arrumem uma desculpa para não comparecer à cerimônia de diplomação marcada para hoje. Isso evitaria o ridículo de fazer uma festa para políticos que estão no alvo das cassações dos próximos meses, pela idiota prática da compra de votos ou de outros tipos de corrupção política.