Em Linhas Gerais: Se revirar o lixo da corrupção, vão aparecer muitos milionários que só conseguiram o tal sucesso pelo seu envolvimento nas tramoias da política

Gessi Taborda

Publicada em 08 de August de 2016 às 11:12:00

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FILOSOFANDO

Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue sempre em frente de qualquer jeito”. Martin Luther King (1929/1968), ativista político americano.

NOVIDADE

Mais uma bandeira levantada pelo homem. O criador do Viagra anuncia spray com o mesmo efeito.

MELHORES

O IBGE informa que a indústria do Rio está pagando salários maiores que os de São Paulo.

CONTA AMARGA

Na coluna de ontem comecei a tratar do enfoque mais recente no mundo da corrupção rondoniense, motivado pela prisão feita pela Polícia Rodoviária Federal do ex-deputado e coronel reformado da PM, Evanildo Abreu. É assunto para muitas pautas por se traduzir numa conta amarga paga pelo contribuinte e por todos que precisam de serviços públicos de qualidade. Penso que as pessoas ainda não se deram conta do enorme prejuízo econômico e social a ser pago por todos nós, quando claramente ainda se verifica o sentimento de tolerância com os personagens mais visíveis da corrupção, principalmente com aqueles descarados ao ponto de, na disputa eleitoral entrar na disputa pedindo o voto popular. O pior é que tem gente, muita gente, com estômago para votar nesses bandidos que ao longo dos anos vão enganando quem no final tem de pagar a conta.

VALOR ASTRONÔMICO

Alguém saberia dizer quanto dinheiro desapareceu pelo ralo nessa Rondônia desde sua emancipação? É difícil dizer o valor da conta de dinheiro público desviado para alimentar notórios escroques e bandidos dissimulados em “empresários”, lideranças e políticos. Dizem alguns que a conta dos últimos anos ultrapassa a cifra de bilhão de reais. Não dá para calcular porque são cifras manipuladas dentro de contratos de compras e outras espécies de maracutaias.

Imagine a montanha de dinheiro que (só para exemplificar) um bandido como Mário Calixto roubou dos cofres públicos? Certamente foi muita grana, a grana com a qual construiu seu império de comunicação e seu patrimônio nos Estados Unidos. Hoje, mesmo preso e devidamente afastado do convívio social de seus antigos puxas-sacos, ele ainda não foi suficientemente punido pelo mal que causou ao povo rondoniense.

MAIS UM

Nas recentes condenações da Justiça Rondoniense contra esses bandidos disfarçados de políticos e empresários de sucesso, sobressaiu-se a realidade de que sempre aparece mais um desses escroques que, pelo bem do povo, precisam ser severa e exemplarmente punidos.

Homens que montaram não apenas conglomerados na área de comunicação, mas também, pelo que se afirmou na sentença, até em clínicas de luxo em setores tão exclusivos como a oftalmologia. O assunto de fraudes e esquemas que resultam nesses desvios, infelizmente, faz parte da nossa cultura.

Se mexer, ver-se-á que recentes milionários com negócios montados em diversos segmentos só conseguiram o tal sucesso pelo seu envolvimento nas tramoias da política, nos desvãos do poder. Não se trata, como muitos imaginam, de capacidade pessoal de gerenciamento, de mero empreendedorismo. São espertalhões, gatunos do dinheiro público, ladrões que ainda permanecem impunes e com influência no Poder e suas cercanias.

PRECISA MUDAR

Penso que isso tem que mudar para o nosso próprio bem como um estado e uma sociedade que aspira ser respeitada.  Não podemos mais aceitar como coisa natural (só para exemplificar) a maracutáia que se montou no esquema da “solução emergencial” do transporte coletivo urbano de Porto Velho, como se o prefeito não tivesse provocado com sua atitude prejuízos irrecuperáveis para a população.

Louvo a magistratura rondoniense que demonstra coragem e independência em sentenciar e até mandar prender os bandidos tidos até recentemente como intocáveis. Essa nova postura vai implantando de forma inexorável o movimento contra a corrupção que, quem sabe, será ampliado pela manifestação do voto a partir da eleição desse ano.

 

SEM TOLERÂNCIA

Não deveríamos aceitar a corrupção que porque existe e está enraizada deva ser tolerada. Nessa explicação redundante dizer que existe a cultura da corrupção é aceitar que ela seja praticada sem punição. Recorda-se da provocação do “rouba, mas faz”, embora em Rondônia o costume é o de roubar e não fazer nada.

Inaceitável. Pois, não é aceitável aumentar o preço para distribuir entre os contratantes. O resultado é que o preço sobe, e isso afeta o bem estar das pessoas em alguma prestação de serviço público que acaba não sendo executado.

Não deveríamos aceitar a corrupção que porque existe e está enraizada deva ser tolerada. Nessa explicação redundante dizer que existe a cultura da corrupção é aceitar que ela seja praticada sem punição. Como aceitar mais um exemplo de enorme desrespeito com a sociedade da capital rondoniense, como soem ser atitudes que levam uma gestão maliciosa a cercar a Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, autêntico sumidouro do dinheiro público para as mais recentes administrações do município?

 

SOLUÇÃO

Os moradores de Porto Velho podem começar a solucionar todas essas questões ligadas à desonestidade administrativa, ao roubo descarado, se começar a votar com mais critério, separando o joio do trigo.

E ao fazer este dever de casa passar a exigir também a eficácia na transparência nas contas. E isso só irá ocorrer se das urnas nascer uma nova legislatura com mais qualidade do que a atual, onde vários vereadores chegaram a ser presos e estão respondendo na Justiça pela prática da corrupção. É a hora do cidadão-contribuinte-eleitor seguir o exemplo do Judiciário e mostrar resistência aos ladrões que se escondem na política e aos mequetrefes gestores públicos que vivem da enganação.