Em vez de sessão, troca de farpas

Valdemir Caldas

Publicada em 10 de fevereiro de 2017 às 13:17:00

 

A sessão extraordinária da Câmara de Vereadores de Porto Velho, marcada para quinta-feira (9), na qual seria discutido e votado mais um remendo legislativo do executivo municipal, com a finalidade de sepultar, definitivamente, o quinquênio dos servidores, simplesmente, não aconteceu.

Em vez disso, o que se viu e ouviu foram troca de farpas entre parlamentares e um graduado assessor do prefeito Hildon Chaves. Por pouco, o clima não descambou para a agressão física, segundo um funcionário da Casa.

A reforma administrativa e previdenciária do governo do tucano FHC extinguiu direitos e conquistas dos servidores federais. Agora, o rolo compressor da administração Hildon Chaves quer repetir a dose em cima dos servidores do município de Porto Velho.

Decepcionada com a postura do executivo, a vereadora Cristiane Lopes (PP) disse que votou pela aprovação do projeto de lei complementar nº. 891/2017, consciente de que estava votando na fusão das secretárias de agricultura e meio ambiente, jamais na extinção do quinquênio.

Segundo ela, votou sem ler, porque confiou no prefeito, que se tem revelado uma pessoa íntegra, bem-intencionada e que vem realizando um bom trabalho na capital, mas, a partir de agora, examinará, com lupa, todas as matérias que o executivo enviar à Câmara, como também vai solicitar ao presidente Maurício Carvalho o cumprimento dos prazos regimentais. Votar no escuro, sem conhecer o projeto na integra, nunca mais! Pelo visto, Cristiane aprendeu a lição. Pena que da forma mais dolorosa. Nesse caso, para os servidores municipais.

Discordo, portanto, do secretário municipal de administração, quando afirma que adicionais como quinquênio, anuênio, biênio, triênio e sexta-parte, “são excrescências que estão em desuso”. Para seu conhecimento, o Ministério Público do Estado de São Paulo paga aos seus servidores, além do quinquênio e da sexta-parte, outros adicionais. 

Não será, jamais, extinguindo direitos conquistados a duras penas pelos servidores municipais que a prefeitura encontrará a cura para seus males financeiros. Em vez de meter a mão nos parcos salários dos que prestam serviços à máquina oficial, o que as autoridades do município precisam fazer é apertar o cerco aos sonegadores do erário, que raramente são incomodados pela fiscalização. Deixem os servidores em paz! Já não bastam os míseros salários e as péssimas condições de trabalho que o poder público dispensa a maioria deles. E os senhores ainda querem retirar-lhes o quinquênio.