Empreguismo em alta

Não é de hoje que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia vêm alertando os administradores rondonienses sobre o espantoso número de cargos comissionados...

Publicada em 21 de janeiro de 2017 às 10:02:00

Por Valdemir Caldas

 

Não é de hoje que o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia vêm alertando os administradores rondonienses sobre o espantoso número de cargos comissionados, sobretudo neste momento de crise por que passa o país, levando de roldão estados e municípios, mas parece que ambos vêm pregando a ouvidos moucos.

Não é preciso ser especialista em coisa nenhuma, nem frequentar os meandros da administração pública, para perceber que um dos principais problemas do setor reside exatamente nas despesas com pessoal, especialmente, comissionados.

Revoltante, contudo, é verificar que muitos não dão um prego numa barra de sabão. Só comparecem aos guichês e caixas eletrônicos para retirar o pagamento no final do mês. E aí de quem atrever-se a molestá-los, pois têm as costas quentes. São indicados por políticos e dirigentes partidários.

Lamentável é que alguns administradores parecem não perceber das graves consequências que esse tipo de conduta causa aos cofres públicos, ignorando, consciente ou inconscientemente, que o total rompimento entre receita e despesa poderá desembocar no vertedouro do desespero, tornando a máquina impossível de ser dirigida.

Não se diga, contudo, que isso ocorra apenas nas esferas federal e estadual, onde são frequentes as denúncias envolvendo o excesso de comissionados. Agora, mesmo, para desespero geral e a felicidade de comensais palacianos, descobre-se que o prefeito de Porto Velho já nomeou, em menos de um mês, quase setecentos comissionados, segundo matéria publicada no site o observador.  E repare que o doutor Hildon Chaves nem se acomodou direito na cadeira.

Nesse ritmo, logo chegaremos aos dois mil, quando, então, poderemos levantar a taça de campeão na modalidade empreguismo.