Engenheiro narra no Facebook momentos em que ele e a família tiveram armas apontadas para a cabeça

"...encontrava-me na sala de refeições fazendo um lanche com a minha nora Deise, quando surge um moço com a mão no pescoço da minha filha Patricia..."

Publicada em 13 de August de 2013 às 10:12:00

O engenheiro Cláudio Vidal, de Porto Velho, narrou nesta segunda-feira, em sua página no Facebook, detalhes do assalto que ele e a família sofreram no último dia 5, por volta das 20 horas, em sua residência na capital.

Segue o relato:

 

Passo este relato aos meus amigos, para que, espero que nunca aconteça, façam como eu.
Na noite de segunda feira, dia 5 do corrente mês, por volta das 20:00hs. encontrava-me na sala de refeições fazendo um lanche com a minha nora Deise, quando surge um moço com a mão no pescoço da minha filha Patricia, e uma pistola encostada na cabeça dela mandando que ficássemos quietos, tomei um grande susto, ...mas foi coisa passageira, pois logo dirige a palavra para o moço, que aparentava ter pouco mais de 17 anos, e disse:
-" Meu filho, fique tranquilo, não somos de reagir, sei o que você quer e vamos cooperar".
Nisso entra um outro jovem com o braço em volta do pescoço e um revolver encostado na cabeça da minha mulher, Leninha. Também aparentava estar nervoso, nisso a minha Nora começou a chorar, e como ela está gravida, o que havia chegado primeiro mandou que eu cuidasse dela, pedi para apanhar um pouco de água no que fui atendido.
Falei para eles que faríamos tudo eles determinassem, desde que não tocasse em nenhum de nós, pois se fossemos agredidos depois eles seriam perseguidos tanto pela policia como pela minha família, e se eles levassem tudo, eu não iria atrás e trabalharia para comprar tudo novamente.
Eles mandaram que todos nós ficássemos sentados e perguntaram se tinha mais alguém em casa, respondi que o meu filho estava no quarto dele mas que não havia motivo para temor pois o rapaz era muito calmo, e com o revolver encostado na minha cabeça fui até o quarto do mesmo e bati na porta, quando ele viu o cara com um revolver encostado na minha cabeça tomou um susto, segurei no braço dele e disse para ficar calmo pois estava tudo sob controle, fomos levados de volta para a sala de refeições e depois de alguns minutos levou-nos para o meu quarto e ficamos todos sentados na cama, enquanto um ficou tomando conta de nós, o outro fez o "limpa".
Durante a espera, conversei bastante com o outro e tive até oportunidade de uma reação, pois tenho taco de madeira de lei dentro do meu guarda roupa e o mesmo por varias vezes me deu as costas com a arma na cintura, mas eu não estava só, eramos cinco pessoas dentro do quarto e um tiro disparado dentro poderia atingir qualquer um de nós e as pessoas que ali estavam são muito valiosas para mim. Preferi ficar quieto e continuar desfrutando da confiança deles.
Depois do "limpa", pediram a chave do meu carro, e nisso tocou o telefone de um deles que falou:
-" Já estamos saindo".
Isso significa que tinha mais gente na "parada".
Entraram no quarto e disseram:
-" Vamos deixar o senhor e o seu filho amarrados, as mulheres vão ficar livres, vamos trancar a porta do quarto e quando já estivermos distante vamos ligar para a Policia e passar a informação que você estão presos para eles virem soltar vocês".
Assim foi feito, amarram o Cassiano e a mim.
Logo em seguida a Patricia e a Leninha nos soltaram, pulamos a janela e ligamos para a Policia, como todo o aparato estava mobilizado num operação cuja vítima era um Agente penitenciário, demorou um pouco a chegar, porém a ambulância para levar a Deise até a Maternidade veio rapidamente.
Na terça feira por volta das 18:00 hs. recebi um chamado da PM informando que o meu carro havia sido encontrado.
Como os senhores pode ver a melhor atitude diante de um assalto a mão armada é tranquilizar o assaltante e deixar que façam a parte deles, pois os bens materiais temos chance que adquiri-los novamente, porém a vida não.
Espero que vocês nunca passem por tal situação, porém se assim acontecer procurem manter a tranquilidade.
Abraços a todos

Cláudio Vidal