Executiva do PT condena a corrupção na prefeitura de Cacoal, mas silencia sobre Padre Franco

Lamenta-se que o partido não tenha adotado a mesma postura com relação ao ex-prefeito Roberto Sobrinho.

Publicada em 22 de May de 2015 às 09:19:00

Valdemir Caldas

Ao contrário de episódios anteriores, envolvendo lideranças do partido em atos de corrupção, quando muitos petistas limitaram a enxergar nas acusações as digitais da oposição, dessa vez o PT não duvidou da veracidade das denúncias apontadas pelo Ministério Público do Estado de Rondônia (MPE/RO) na prefeitura de Cacoal, comandada pelo “companheiro” Padre Franco.

Em nota, a Comissão Executiva Estadual lamentou o escândalo, elogiou o trabalho das autoridades policiais e judiciais, cobrou punição exemplar aos culpados e o ressarcimento ao erário, mas não disse uma palavra sobre a possível participação do prefeito Padre Franco no imbróglio, nem se solidarizou com a vereadora do próprio partido, que denunciou a roubalheira. As exceções ficaram por conta da ex-senadora Fátima Cleide e de alguns filiados de pouca ou nenhuma expressão partidária.

Os fatos precisam ser devidamente apurados em sua inteireza. Só benefícios decorrem disso, tanto para o PT, cuja credibilidade chegou ao fundo do poço, quanto para a sociedade, já saturada com desculpadas esfarrapadas. Ademais, somente uma apuração criteriosa e responsável poderá identificar quem pretende passar-se por vítima tendo mergulhado fundo nos cofres públicos. Difícil, no entanto, será separar o trigo em meio a tanto joio. Afinal, essa é medida indispensável à inibição de novas e inconsequentes falcatruas.

O PT, enfim, parece que aprendeu a lição. Essa história de não vi, não sei, não sabia, está superada, não convence mais ninguém, exceto meia dúzia de cabeças ocas. A atitude da Comissão Executiva Estadual é um passo muito importante para que se não confundam pessoas decentes com saqueadores contumazes do dinheiro público. Lamenta-se que o partido não tenha adotado a mesma postura com relação ao ex-prefeito Roberto Sobrinho.