“Falar em aumentar o salário dos vereadores, agora, é pura demagogia”

A Câmara Municipal de Porto Velho vive um impasse: aumentar ou não o salário dos vereadores que assumirão a partir de janeiro.

Publicada em 16 de November de 2016 às 09:36:00

Valdemir Caldas

A Câmara Municipal de Porto Velho vive um impasse: aumentar ou não o salário dos vereadores que assumirão a partir de janeiro. O presidente da Casa, Jurandir Bengala (PR), já deixou claro que essa é uma prerrogativa exclusiva da mesa diretora. E vai seguir à risca a orientação dos colegas. Até agora, dos seis membros da mesa, quatro (Cláudio da Padaria e Ana Maria Negreiro – PDT, Chico Lata – PP e Cabo Anjos – PSL) já disseram que são contra. O vereador Édmo Ferreira (PSL) ainda não disse se é contra ou a favor do reajuste.

O vereador Edemilson Lemos (PSDB) pediu ao colunista para inclui-lo na relação dos que são contra o aumento, por dois motivos óbvios. Primeiro porque o salário teria de ser fixado antes do pleito eleitoral, no que está corretíssimo. O próprio Ministério Público de Contas de Rondônia já orientou o presidente da Câmara que se abstenha de qualquer iniciativa nessa direção. Segundo porque não há receita para cobrir mais uma despesa. Para o tucano, “falar em aumento de salário, agora, é pura demagogia”.

Colega de partido de Edemilson, Alan Queiroz disse que era contra o possível reajuste e, de quebra, ainda prometeu fazer campanha pela rejeição da ideia. Os petistas Sid Orleans e Fátima Ferreira seguem o mesmo raciocínio. Para eles, a essa altura dos acontecimentos, com o caixa da Câmara no vermelho, está completamente descartado aumento de salário. Fátima, inclusive, chegou a subscrever um projeto de resolução junto com o vereador José Wildes (PDT), mantendo o atual salário dos parlamentares, com direito apenas a correção inflacionária.  

O momento recomenda cautela. A população está de sobreaviso. Se a Câmara insistir na ideia de aumentar o salário dos vereadores, poderá haver uma reação social em cadeia, com consequências funestas.