por Valdemir Caldas

 

Fim da novela. A discussão em torno do reajuste salarial dos vereadores de Porto Velho, para a próxima legislatura, chegou a fim. Graças a Deus! Já não mais aguentava ouvir tanta demagogia.

A polêmica, como se viu, ultrapassou os portões da Câmara e chegou às ruas. O povo, claro, protestou contra o aumento. Houve, inclusive, quem recolhesse dezenas de assinaturas com o fito de levar o assunto aos tribunais. O Ministério Público de Contas, calcado na lei, entrou em campo. O  esforço de ambos valeu a pena.

Na sessão de terça-feira (20), o plenário sepultou o caso, aprovando, por doze votos a favor, sete abstenções e duas ausências de plenário, o projeto de resolução nº. 679/2016. A partir de janeiro, vereadores, prefeito e secretários municipais vão receber os salários de hoje.

Ao contrário do que imaginavam alguns pescadores de águas turvas, não se pretendeu negar aos vereadores as condições necessárias e indispensáveis de que precisam para o bom desempenho de suas atividades parlamentares em proveito da coletividade.

Mas é inegável que, na atual conjuntura, quando o país atravessa uma tremenda crise financeira, com desemprego em alta, estados literalmente quebrados, servidores públicos sem receber salários há três meses, com colegas fazendo “vaquinha” para ajudá-los, não há como justificar aumento de salário acima da inflação, como defendiam algumas pessoas.

Elogiável a decisão da Câmara. Elogiável, também, a postura adotada por segmentos da população na defesa de seus interesses, e do Ministério Público de Contas, evidenciando, assim, que está cada vez mais sintonizado com os temas sociais.