Governo prevê aumento 25% na oferta de mamografia na faixa prioritária de 50 a 69 anos para superar meta nacional

Representantes das regionais de saúde participam de fórum sobre saúde da mulher, em Porto Velho.

Publicada em 28 de September de 2016 às 16:38:00

NA CAPITAL - Representantes das regionais de saúde participam de fórum sobre saúde da mulher, em Porto Velho

O governo de Rondônia trabalha com a expectativa de aumentar em 25% neste ano a oferta de exame de mamografia – para detecção precoce do câncer de mama -, na faixa prioritária de mulheres com idades entre 50 a 69 anos, no Estado. A informação foi apresentada nesta quarta-feira (28), pela coordenadora estadual de saúde da mulher, Clemilda Aparecida dos Santos, na abertura do Fórum de Atenção Integral à Saúde da Mulher, em Porto Velho.

O núcleo faz parte da Gerência de Programas Estratégicos de Saúde (GPES), da Secretaria Estadual de Saúde(Sesau). Dados do GPES aponta que em 2015, 9.500 exames de mamografias foram realizadas pelo Estado, na faixa prioritária de 50 a 69 anos, conforme orientação do Ministério da Saúde (MS).

O fórum – uma prévia da campanha outubro rosa – é realizado em parceria da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Secretaria Estadual de Educação (Seduc), Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), Emater – para atender às mulheres no campo -, e Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres de Porto Velho. A meta é ampliar a informação sobre pontos que formam a pauta do fórum: câncer de mama de do colo uterino, planejamento e controle de natalidade, saúde mental da mulher, e impactos da violência doméstica e familiar.

NACIONAL - Clemilda Aparecida diz que expectativa é aumentar oferta em 25% na faixa prioritária

Clemilda Aparecida diz que expectativa é aumentar oferta em 25% na faixa prioritária

De acordo com a coordenação estadual de saúde da mulher, a meta do Ministério da Saúde (MS), 50% das mulheres na faixa etária dos 50 a 69 anos, deveriam fazer a mamografia anualmente. O índice está longe de ser atingido, explica Clemilda, principalmente pelo “tabu” que o assunto ainda tem na sociedade, por medo de buscar o diagnóstico, e em menor proporção, pela falta de informação.

Todos os participantes do fórum – das cinco regionais de saúde no Estado – vão ser multiplicadores das informações, dos debates, da disseminação dos números preocupantes sobre a doença, nas cidades que formam a região que representam.

Desde a década 90, o mês de outubro tem sido dedicado ao trabalho de conscientização sobre o câncer de mama, tipo mais letal entre as mulheres e que afeta, por ano, mais de 57 mil brasileiras, alerta Clemilda.

Dados do Ministério da Saúde (MS) de 2015, apontam que as regiões Norte e Nordeste foram as que mais registraram crescimento, quando comparado o primeiro semestre deste ano com o mesmo período dos últimos cinco anos.

Na Região Norte o aumento foi de mais de 100%, tanto no geral quanto na faixa prioritária, passando de 29.114 para 63.745, no geral, e de 14.376 para 33.963, na faixa prioritária. No Nordeste, o principal aumento foi na faixa prioritária, ampliando em cinco vezes o número de mamografias realizadas, passando de 124 mil para 629.517. No geral, o número de exames saltou de 261.341 para 401.421.

Liliana Vieira, da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres de Porto Velho, destacou a importância da retomada da parceria com o Estado. Para ela, o fórum vai ser apenas o início de um trabalho que tem como base a prevenção. “Cada mulher que se prevenir, será uma a menos que terá que buscar tratamento para uma doença grave, mas que prevenida, pode ser evitada”, disse.

O secretário estadual de Saúde Luiz Eduardo Maiorquim falou sobre o envolvimento, cada vez maior, do governo com a atenção básica de saúde. De acordo com Maiorquim, essa é uma estratégia que vai refletir diretamente na assistência de alta complexidade prestada pelo Estado.

“Hoje, o governo investe muito – cerca de R$ 40 milhões ao ano – no tratamento de pacientes com câncer. Uma doença grave, que fragiliza não só paciente, mas toda a família. Investir na atenção básica, na porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), com parcerias com as prefeituras é brecar o avanço da doença e, ao mesmo tempo, deixar de gastar com tratamento para investir na prevenção”, disse o secretário.


Fonte
Texto: Zacarias Pena Verde
Fotos: Zacarias Pena Verde