Greve cresce no terceiro dia e 110 agências não abriram em Rondônia

Das 130 agências existentes em Rondônia, 110 não abriram as portas, um número recorde de agências fechadas se comparado às greves dos últimos anos na região.

Publicada em 08 de October de 2015 às 14:24:00

O terceiro dia da greve nacional dos bancários, nesta quinta-feira (8), confirmou o crescimento da mobilização em todo o Estado. Das 130 agências existentes em Rondônia, 110 não abriram as portas, um número recorde de agências fechadas se comparado às greves dos últimos anos na região.

Em  nível nacional – considerando os 26 Estados da Federação e no Distrito Federal - 8.763 agências e centros administrativos permaneceram fechados durante todo o segundo dia de greve, 7/10. Um aumento de 2.512 agências, cerca de 40% maior que a paralisação do primeiro dia de greve.

“O número de bancários revoltados com o descaso dos bancos aumenta dia após dia e, consequentemente, maior é o número de agências que não abrem para o atendimento público”, dispara José Pinheiro, presidente
do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).

Para ampliar essa indignação, a imprensa nacional divulgou ontem que os bancos vão ampliar em mais de 80% os valores dos supersalários de seus diretores, o que contrasta com o índice de míseros 5,5% de reajuste nos salários (e demais verbas) dos bancários oferecidos pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 25 de setembro, última rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários.

“Enquanto dão reajustes muito acima da inflação para os seus autos executivos - que já ganham salários astronômicos – os bancos ofendem os bancários com essa esmola de índice de 5,5% que nem chega perto da
inflação do período, que foi de 9,88%. É uma verdadeira afronta à paciência dos trabalhadores e por isso a greve fica mais forte a cada dia que passa, pois os bancários estão revoltados e vão mostrar para os banqueiros que unidos somos muito fortes”, completa Pinheiro.

Greve forte conquista

Nos últimos anos, os bancários vêm conquistando aumentos reais de salário e foi a força da greve que levou os banqueiros a retomar as negociações e a apresentar uma nova proposta. Na Campanha Nacional 2015, a greve vem crescendo e o período de sua duração será definido pela força da mobilização dos bancários.

Somente uma greve forte garantirá uma proposta decente, que respeite a imensa participação dos bancários, com seu trabalho, nos lucros astronômicos que os bancos vêm apresentando.

Confira as reivindicações dos bancários:

* Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

* PLR: 3 salários mais R$7.246,82

* Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

* Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá:R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

* Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

* Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que
coíbe dispensas imotivadas.

* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
* Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas.
Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

* Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).