Líder de quadrilha teria "lucrado" R$ 50 milhões em assaltos a banco

Sua quadrilha contava com vários integrantes "cangaceiros", a maioria do Nordeste brasileiro, que agia em roubos a bancos e carro-forte na Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco e Mato Grosso.

Publicada em 16/11/2012 às 08:41:00

Midianews


A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Judiciária Civil calcula que Lindomar Alves de Almeida, 31, apontado com um dos maiores assaltantes de bancos do país, tenha "lucrado", pelo menos, R$ 50 milhões no comando de quadrilhas em Mato Grosso e noutros estados brasileiros. O bandido foi preso na madrugada de quarta-feira (14), na cidade de Feira de Santana (BA).


Lindomar nasceu em Rosário Oeste (128 km ao Norte de Cuiabá) e é considerado um dos criadores da modalidade de assalto conhecida como “Novo Cangaço” - os bandos invadem agências bancárias e fazem reféns para garantir a fuga.
A Polícia calcula que a quadrilha liderada por Lindomar tenha roubado mais de R$ 50 milhões, em 10 anos de crimes. Além do Novo Cangaço, ele investia também em roubo a carros-fortes e tinha nos planos roubar mais de R$ 1 milhão em cada assalto.


Conforme investigações da GCCO, que, desde maio deste ano , realizava buscas ao maior assaltante de bancos, ele começou a carreira articulando assaltos a banco na cidade de Nobres (146 km ao Norte da Capital).
A Polícia descobriu que ele levava uma vida tranquila e desfrutava de todo o luxo proporcionado pela renda obtida com dinheiro proveniente de assaltos a banco e carros-fortes.


Para não ser preso, usava também os nomes falsos de Bruno da Silva Malta e Sival Alves da Silva. As identidades falsas dificultavam sua localização e prisão.

Sua quadrilha contava com vários integrantes "cangaceiros", a maioria do Nordeste brasileiro, que agia em roubos a bancos e carro-forte na Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco e Mato Grosso.

O bando é composto por três frentes distintas de atuação: uma célula sediada em estados do Nordeste, uma no Centro-Oeste e estados do Sudeste do país, notadamente São Paulo, e outra célula itinerante que se desloca por conveniência das ações a serem praticadas.

Embora fosse procurado por varias agências de Inteligência e serviços especializados das polícias dos Estados da Bahia, Ceará, Sergipe, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Tocantins e, até mesmo, pela própria Polícia Federal, o criminoso continuava escapando das operações.


Armas de uso restrito
No Estado de Mato Grosso, Lindomar foi preso em 2003, no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, na companhia do ex-policial militar Reinaldo Xavier Pereira, e foi recambiado para Brasília, onde respondia a processo por envolvimento em assaltos a banco.

Ele tinha planos de praticar assaltos a banco em Barra do Bugres. Um ano depois, em 2004, fugiu do Carumbé, na Capital, quando liderou a fuga em massa de 38 detentos pelo maior túnel até hoje construído.

Na ocasião, o grupo de assaltantes de banco foi localizado em um hotel e, após intensa troca de tiros, foram presos Carlos Eduardo Sobrinho, o “Trutinha” e Miguel dos Santos Pereira, com várias armas de uso restrito, como fuzis calibre 762 mm, granadas de mão, munições de diversos calibres e fuzis de assalto AR-15 calibre 556mm), com capacidade de perfurar blindagens de veículos de transportes de valores.

Meses antes, investigações do GCCO revelaram que Lindomar e o cearense Gilberto Santana, o “Malhado”, compraram veículos em Goiânia que, após passarem por manutenção em uma oficina mecânica naquela capital, foram utilizados no assalto as agências do Banco Bradesco e Banco do Brasil, em Paranatinga (373 km ao Norte de Cuiabá).

“A prisão foi resultado de um intenso trabalho de inteligência e monitoramento de nossos policiais, sem a necessidade de disparos de arma de fogo”, destacou o delegado chefe do GCCO, Flávio Henrique Stringueta.


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