Mister Rondônia 2015 armou a trama que resultou na morte brutal de gerente do Sicoob em Ouro Preto, diz polícia

Segundo a polícia, João Victor Doenha, que já foi Mister Rondônia 2015, é o que mais se complica no enredo desse crime brutal.

Publicada em 28 de November de 2016 às 22:08:00

Ouro Preto do Oeste, Rondônia - Em entrevista coletiva, os delegados Júlio Cezar de Souza Ferreira e Roberto dos Santos esclareceram como foi o depoimento dos jovens João Victor de Souza Doenha, 18 anos, e Ronaldo Simões, de 22 anos,  e qual a participação de ambos no crime que vitimou Gleysson Batista Campos, 30 anos, brutalmente assassinado e jogado numa ribanceira de pedras na rampa sul do morro Chico Mendes ,na madrugada do último domingo, 27.

João Victor Doenha, que  já foi Mister Rondônia 2015, é o que mais se complica no enredo desse crime tipificado como latrocínio, porque ele agiu de caso pensado, atraiu Gleysson Batista para o morro Chico Mendes e combinou com Ronaldo para que ele levasse comparsas para aplicarem uma surra na vítima, e depois roubarem o veículo.

Um jovem de 18 anos também foi detido para ser ouvido, mas os delegados ainda não confirmaram a participação dele no crime. O menor  de 17 anos, que se encontra internado em Ji-­Paraná, foi ouvido pela manhã na Delegacia e na Promotoria de justiça, confessou que deu uma pedrada na cabeça de Gleysson e,  levado ao morro, mostrou aos investigadores onde estava a pedra que foi recolhida, mas nega ter dado golpes de faca no pescoço da vítima.

Ele  e Ronaldo afirmam que João Victor ficou de cócoras sozinho vendo Gleysson agonizar depois da pedrada, e se houve facadas,  os golpes foram desferidos pelo jovem de 18 anos.

Segundo o delegado Roberto dos Santos, João Victor mantinha um relacionamento homoafetivo e nutria certa paixão por Gleysson, apesar de os dois saírem com mulheres, e queria se vingar da vítima porque o contador ainda teria mantido um relacionamento com uma namorada sua e outros, por isso combinou com Ronaldo de armar uma emboscada para a vítima no morro Chico Mendes.

Ronaldo topou na hora porque tinha o interesse em roubar o veículo Toyota Corolla modelo 2016 da vítima, inclusive já tinha o local do lado boliviano onde o carro seria vendido pelo montante de R$ 50 mil, por isso arregimentou o menor e outro "menino", que ele não disse o nome,  para praticarem o crime.

O delegado  Roberto dos Santos detalhou parte do depoimento de João Victor e disse que para  este crime será pedido pena mínima de 25 anos para os dois jovens: “O João Victor deixou muito claro que ele tinha um entrave com a vítima, um problema amoroso por conta de outra pessoa, e esse problema amoroso gerou toda essa situação; ele não tinha coragem de praticar os atos e chamou o Ronaldo e a equipe dele,  que tinham essa coragem e foram lá ceifar a vida da vítima dessa forma brutal”.

O delegado Júlio Cezar de Souza também afirmou que João Victor de Souza Doenha teve um relacionamento homoafetivo com a vítima, ambos provavelmente tinham comportamento bissexual, e que posteriormente Gleysson teve um caso com uma das namoradas de João Victor que, enciumado com a situação, e se sentindo menosprezado, resolveu " dar uma lição"  na vítima, enquanto o menor e Ronaldo confirmam que foram recrutados para o serviço sujo.

O delegado afirmou na coletiva que João Victor confirmou que na madrugada de domingo ele e a vítima estavam tendo uma relação sexual na mata do morro Chico Mendes, por isso Gleysson estava de bermuda e sem a camisa, e que os outros três comparsas apareceram e executaram o contador. “Ta um empurra empurra, um querendo dizer que foi o outro que executou, e eles estão atribuindo ao adolescente o ato de execução. O próprio Ronaldo diz que só levou o adolescente até o local”, pontuou o delegado.

O delegado Júlio Cezar também afirmou que João Victor,  em várias versões que deu , sempre menciona que queria apenas espancar Gleysson, não queria matar, mas devido ao interesse de Ronaldo no carro, em razão dessa cobiça o plano inicial deles ficou para trás, e praticaram a barbaridade contra a vítima.

O delegado vai conduzir o inquérito, e adiantou que pretende individualizar a participação de cada um, capturar e ouvir o quarto elemento que eles mencionam ter participado do crime, e que pode haver a participação de uma quinta pessoa nessa trama que resultou no latrocínio. A prisão de João Victor e de Ronaldo não tem prazo para findar, segundo o delegado.

O trio, dois presos e um internado, dão depoimentos conflitantes, mas em nenhum momento negam a participação no crime. Uma multidão se concentrou na frente da Delegacia Civil e na hora da chegada dos jovens um grupo tentou alcançá-­los aos gritos e xingamentos, mas foi impedido pela polícia.


Com informações e fotos do  Jaru on Line