Mulheres indígenas Karitiana e Cinta-Larga vendem arcos, cocares, cestas, peças de pau-brasil e paxiúba na RRS

A presença indígena na maior feira do agronegócio da região norte do País está em pé de igualdade com doceiras, artesãs de colchas, toalhas, panos de prato, plásticos reutilizados, doces, temperos e mel.

Publicada em 27 de May de 2016 às 09:40:00

Duas Marias expõem artesanato indígena em peças de madeira, plumagem e dentes de animais

Pau de chuva para celebrações que põem fim à estiagem, arcos, cocares coloridos e cestaria de primeira qualidade são alguns dos diversos itens que compõem o formidável artesanato indígena à venda na 5ª Feira Rondônia Rural Show, em Ji-Paraná.

A presença indígena na maior feira do agronegócio da região norte do País está em pé de igualdade com doceiras, artesãs de colchas, toalhas, panos de prato, plásticos reutilizados, doces, temperos e mel. Os estandes têm de tudo um pouco.

“A gente veio pela segunda vez”, disse a coordenadora das mulheres indígenas do Estado de Rondônia, Maria Karitiana.

DE R$ 10 A R$ 200

O público encontra no estande: fruteiras de pau-brasil no formato de peixe, a R$ 50 e R$ 60; sapinhos confeccionados em pau-brasil, vendidos a R$ 20; colares e pulseiras de tucumã, maracás de coco e brincos de pena entre R$ 10 e R$ 20; colar de dente de porco a R$ 100; arcos de paxiúba; filtro de sonho [“para espantar males”] a R$ 10; cestas de tucumã a R$ 30 e R$ 50; cocar de penas de arara a R$ 200.

A Terra Indígena (TI) Karitiana fica no município de Porto Velho e a TI Cinta-Larga, na região do Roosevelt, município de Espigão do Oeste, a 500 quilômetros da Capital.

Colares e pau de chuva à venda no estande dos povos indígenas

A xará da coordenadora, Maria Vereza Cinta-Larga, é parceira dela no estande. As duas trabalham sozinhas, do período da manhã ao entardecer.

“Esses desenhos nas peças fazem parte da tradição Karitiana e existiam no tempo de nossos avós; minha mãe passou pra nós e a gente foi se unindo em busca do melhor”, relata Maria Karitiana.

De uma família de quatro irmãos, a coordenadora das mulheres tem quatro filhos – dois homens e duas mulheres – e sete netos.A família da parceira Maria Cinta-Larga é maior: nove filhos – oito mulheres e apenas um homem –, todos nascidos em Espigão.

Quem não tiver oportunidade de escolher e adquirir artesanatos indígenas durante o evento poderá visitar a Feira Sol do Madeira, de economia solidária, de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h, no estande indígena da Praça Madeira-Mamoré, em Porto Velho.