Não vamos tocar fogo em Porto Velho

Por Osmar Silva

Publicada em 20 de April de 2015 às 09:48:00

Mesmo com a condescendência da sociedade, parece que não adianta sonhar. Tudo indica que Mauro Nazif não dá conta de Porto Velho. O povo pacato da Capital, está perdendo a paciência e a esperança de ver o prefeito fazendo alguma coisa para reduzir o sofrimento de quem vive num lugar feio, sujo, degradado, alagado, onde falta quase tudo. Os moradores da maior cidade de Rondônia, estão arrependidos dos votos que deram, e cobram uma solução. Não aguentam mais.
E olhe que o prefeito tem a parceria do governo do estado desde o primeiro mandato. Conta, também, com o vice-governador que é do seu partido. Coisa que outros não tiveram.

Nesta semana está ganhando ordem de serviço do estado para asfaltar centenas de ruas. Quem teve isso antes? O governador Confúcio Moura cuida, todo ano, de mil quilômetros de estradas rurais de Porto Velho. Instalou até uma residência do DER em Extrema para ajudar o Nazif. Ele, sozinho, não daria conta. Ninguém nunca deu.
A decepção fez o povo esquecer o recolhimento cristão da Semana Santa, e realizar protestos nas Zonas Leste e Sul bloqueando vias públicas, lembram? A Polícia Militar agora tem mais um serviço: controlar a raiva popular para não se transformar em depredação.

Todos recordam:
- Candidato, como resolver o problema das alagações?
- Que tal se a gente começar fazendo a drenagem de toda a cidade? É isso que vou fazer desde o primeiro dia do meu governo.
- E como resolver o problema do lixo?
- Que tal se a gente começar cancelando o contrato com a Marquise e colocando outras empresas para fazer o serviço de Porto Velho?

Era assim que Nazif respondia no rádio e na televisão, às questões apresentadas durante o programa eleitoral. Com outra pergunta apontando a saída. Na hora. E encerrava com um risinho irônico. Recordam?
Não é o que se ver após dois anos de governo. E a marcha(ré) continua nesse terceiro ano de gestão. Antes, não tinha máquinas e precisava arrumar a casa. Roberto Sobrinho, Ministério Público, Polícia Federal e Tribunal de Contas tinham bagunçado tudo.

Arrumou a casa e comprou as máquinas. E agora, é o quê?
O fato é que o executivo de Porto Velho se divorciou do povo. E a Câmara Municipal também está surda e cega ao clamor dos seus representados. Separada deles.

O divórcio entre estes poderes e a sociedade, fez com que os detentores dos diplomas eleitorais quebrassem o pacto de confiança que tinham com os habitantes do município. Rasgaram a procuração que receberam de cada eleitor da Capital.
Os profissionais da comunicação falam e acolhem o povo reclamando todo santo dia. Mostram as pessoas ilhadas em suas casas alagadas e as ruas intransitáveis transformadas em rios de água e lixo fétido. É mantra diário.

Parece que estão confiando na passividade do povo amazônico. A prudência recomenda que não se iludam e nem se enganem! Esse povo passivo sabe da sua dor. E estão perdendo a paciência!

Convém, então, não provocar a revolta e a ira popular. E não esperar que o povo faça aqui o que fizeram na prefeitura de Coari, no Amazonas. Lá, Já derrubaram quatro dirigentes municipais, um monte de vereadores e queimaram até casa de um dos prefeitos. Ninguém quer isso aqui. Ou querem?

Melhor mesmo é aproveitar o refresco da ajuda do estado e virar o jogo, não é mesmo?


Osmar Silva – jornalista – [email protected]