Nova “fuga” de vereadores confirma: Câmara de Vilhena está rachada e em pé-de-guerra 

Desculpa de solidariedade a colega infartada perdeu validade.

Publicada em 02 de janeiro de 2017 às 13:27:00

 

Vilhena, Rondônia - Ao comandar, na manhã desta segunda-feira, 02, mais uma sessão da Câmara de Vilhena para tentar eleger o presidente da Casa, o vereador Rafael Maziero (PSDB), procurou ser diplomático: “Não existe nenhuma divisão aqui”, disparou, negando todas as evidências de que dois grupos travam uma violenta batalha pelo comando do Legislativo.

A sessão anterior, também comandada por Maziero, não conseguiu deliberar sobre a eleição da Mesa Diretora porque quatro vereadores se ausentaram. Segundo o grupo, coincidentemente formado por parlamentares eleitos no grupo da prefeita Rosani Donadon (PMDB), a justificativa seria um súbito ataque de hipertensão sofrido pela parlamentar mais bem votada no ano passado, Leninha do Povo (PTB). Entenda aqui.

24 horas após a internação de Leninha, os três vereadores “fujões”, que vem enfrentando intenso desgaste nas redes sociais, não apareceram e sequer se deram ao trabalho de justificar a nova ausência. A versão anterior, no entanto, escancarou que o caso não tem nada a ver com doença: é luta política mesmo.

E os faltosos teriam até se poupado se permanecessem calados também ontem, porque a estratégia é clara, como resumiu um advogado ligado ao grupo Donadon, em conversa testemunhada pela reportagem deste site: “Vamos usar o Regimento da Câmara até onde der”.

Traduzindo a revelação do profissional do Direito: os vereadores situacionistas, em desvantagem para a disputa, vão continuar correndo do confronto até que a justiça libere os três parlamentares reeleitos, que não tomarem posse por estarem presos. Sem os quatro, a escolha do presidente permanecerá emperrada. 

Moralmente questionável, a manobra não é ilegal e se baseia na certeza de que Wanderlei Grabein (PSC), mesmo tendo sido reeleito pelo grupo do oponente de Rosani, Eduardo Japonês (PV), votará no candidato apoiado pela prefeita, no caso, o policial militar Carlos Suchi (PTN). Só falta agora tirar da cadeia o trio formado pelo próprio Graebin, mais Carmozino Taxista (PSDC) e Júnior Donadon (PSD).

AMANHÃ TEM MAIS

Ao remarcar para amanhã às 19:30h, mais uma sessão para encerrar o impasse, Maziero foi aplaudido pelo público que lotava o auditório da Câmara, e que disparou gritos de “vergonha, vergonha”, quando a ausência do quarteto foi confirmada.


Fonte: Folha do Sul