O conúbio entre política e corrupção

Valdemir Caldas

Publicada em 02 de May de 2015 às 18:19:00

O noticiário da imprensa nacional tem revelado, nos últimos meses, fatos estarrecedores, que denunciam o avançado grau de apodrecimento de boa parte do tecido social, evidenciando quão espúrios são as fontes de poder e riqueza neste país de dimensões continentais e de como o povo tem sido sistematicamente enganado por farsantes que usam cargos públicos como instrumento à satisfação de interesses pessoais e de grupos.

A prisão, pela Polícia Federal, de empresários, membros de cúpulas partidárias, além de funcionários públicos graduados, acusados de meterem as mãos sujas no dinheiro do contribuinte, no maior esquema de corrupção da história deste país, devidamente batizado de operação Lava Jato, apenas mostrou aquilo que muita gente já sabia, ou seja, o relacionamento espúrio, promíscuo entre o mundo do crime e o aparelho do Estado. As cifras desviadas são altíssimas, chegando à casa dos bilhões de reais.

Não é sem motivo que o Brasil está sempre à porta do caos. Imagine quantos projetos e programas sociais poderiam ter sido executados com a dinheirama que foi pilhada dos cofres da Petrobras, especialmente nas áreas da saúde, educação, segurança e infraestrutura, melhorando, assim, as condições de vida da população.

Não se tem dúvida de que a raiz de todos os nossos males reside na corrupção desenfreada que grassa em nosso país. Os exemplos estão aí, mostrando como e quanto se roubou dos cofres da estatal. E o pior é o que o petismo insiste em dizer que isso é coisa da oposição, mancomunada com setores da imprensa, não aceitando a realidade dos fatos. Onde está o senhor Vacari? Quem o colocou atrás das grades e por quê? Por acaso foram a oposição e a imprensa? Claro que não! Acusam-no de integrar a quadrilha que surrupiou dinheiro da Petrobras.

Vivemos uma sucessão interminável de atos de corrupção, oportunismo, demagogia e cafajestismo. Diante de uma classe dirigente ordinária, onde aqueles que não se deixaram corromper pelo vil metal são ferreteados como inimigos da pátria, golpistas e outros estereótipos do gênero. Mas não podemos perder a capacidade de se indignar e lutar para acabar com o conúbio que há entre política e corrupção.