Operação da PF: Esquema liberava carnes vencidas e contaminadas

As irregularidades são investigadas na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada nesta quinta-feira.

Publicada em 17 de março de 2017 às 10:46:00

Veja.com

 

Dentre as irregularidades investigadas pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF), estão a liberação de lotes de carne estragadas, contaminadas com bactérias e com utilização de produtos cancerígenos. A operação é a maior da história PF e foi deflagrada na manhã desta sexta-feira, apurando irregularidades na fiscalização de frigoríficos.

Em nota, a Polícia Federal informou que aproximadamente 1.100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema. Essa é a maior operação policial da história da PF.

Segundo decisão da justiça, a veterinária da Peccin Industrial Ltda – empresa envolvida nos casos investigados – relata a “a utilização de carnes estragadas na composição de salsichas e linguiças, a ‘maquiagem’ de carnes estragadas com a substância cancerígena ácido ascórbico, carnes sem rotulagem e sem refrigeração”.

A Polícia Federal também interceptou conversa entre dois integrantes do Ministério da Agricultura falando sobre a transferência de uma fiscal que teria encontrado problemas de infeccção com a bactéria Salmonella em lote da empresa Rio Verde e tomava medidas para fechar essa unidade de produção.

 

PF desarticula esquema criminoso envolvendo agentes públicos e empresários

Curitiba/PR - A Polícia Federal deflagrou nesta manhã (17/3) a Operação Carne Fraca,  com o objetivo de desarticular organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. A operação detectou, em quase dois anos de investigação, que as  Superintendências Regionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Paraná, Minas Gerais e Goiás atuavam diretamente para proteger grupos empresariais, em detrimento do interesse público.

Aproximadamente 1100 policiais federais estão cumprindo 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão, em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao grupo criminoso, números que fazem desta a maior operação já realizada pela PF em toda sua história. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba/PR e estão sendo cumpridas em 7 estados: São Paulo, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

Os agentes públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.Dentre as ilegalidades praticadas no âmbito do setor público, denota-se a remoção de agentes públicos, com desvio de finalidade para atender interesses dos grupos empresariais. Tal conduta permitia a continuidade delitiva de frigoríficos e empresas do ramo alimentício que operavam em total desrespeito à legislação vigente.

 

ENTREVISTA COLETIVA

Horário - 10h

Local - auditório da Superintendência de Policia Federal em Curitiba/PR.

Link da Coletiva de Imprensa:

Http://Youtu.be/zCrTfgpxuSY

 

Comunicação Social da Polícia Federal em Curitiba/PR

**O nome da operação faz alusão à conhecida expressão popular em sintonia com a própria qualidade dos alimentos fornecidos ao consumidor por grandes grupos corporativos do ramo alimentício. A expressão popular demonstra uma fragilidade moral de agentes públicos federais que deveriam zelar e fiscalizar a qualidade dos alimentos fornecidos a sociedade.