Ordem superior teria mandado Ipam comprar ações de uma empresa envolvida na operação Lava-Jato com recursos do fundo previdenciário

O problema é que a tal empresa estaria envolvida na operação Lava-Jato.

Publicada em 29 de August de 2016 às 08:47:00

Valdemir Caldas

 

Do Ipam (Instituto de Assistência e Previdência dos Servidores do Município de Porto Velho) chegou à informação, por celular, de que uma ordem superior teria mandado comprar ações de uma empresa com recursos do fundo de previdência.

Até ai nada demais. Os fundos previdenciários podem ser aplicados em ações e títulos, desde que observadas às condições de segurança, rentabilidade, solvência e liquidez. É o que estabelece a legislação vigente.

Além disso, a lei fixa um limite para a aplicação dos fundos, sendo de até 100% em títulos emitidos pelo Tesouro Nacional ou pelo Banco Central do Brasil. Em situação de risco, o percentual não pode ultrapassar 15%.

O problema é que a tal empresa estaria envolvida na operação Lava-Jato. O negócio teria sido abortado porque alguém de dentro do Ipam descobriu a armação e resolveu dar com a língua nos dentes.

É comum lobistas viajarem pelo país tentando convencerem políticos e administradores públicos a investirem recursos em empresa de fachadas, que, depois de fechadas, dividem os lucros com os criminosos e agentes públicos.

O Ipam movimenta um volume extraordinário de recursos no caixa da previdência, destinado, exclusivamente, ao pagamento de aposentadorias, pensões, auxílios, dentre outros benefícios. Tanta grana tem despertado interesses os mais diversos, dentro e fora da administração municipal.

No governo passado, alguém teve a fatídica ideia de sugerir que se pegasse dinheiro do fundo da previdência para construir casas populares. O plano não vingou porque membros do Conselho Municipal Previdenciário bateram o pé.

Convoquem-se os segurados do Ipam para que se ergam as barreiras necessárias para impedir que eventuais maquinações contra aquele que é um dos mais importantes patrimônios dos servidores públicos do município de Porto Velho sejam eliminadas no nascedouro.

Não importam de onde partirem. Possíveis golpes contra o Ipam precisam não somente ser repudiados, como também denunciados aos órgãos competentes.