Os onze anos do escândalo das passagens aéreas - Valdemir Caldas

Na lista dos envolvidos, parlamentares, que recebiam bilhetes e os repassavam a parentes, assessores e até pessoas alheias aos quadros da ALE/RO.

Publicada em 30 de July de 2014 às 16:17:00

Há onze anos, a população rondoniense aguarda o resultado do julgamento dos envolvidos no escândalo das passagens aéreas, responsável pelo desvio de quase três milhões de reais dos cofres da Assembleia Legislativa de Rondônia, no período de março de 2003 a junho de 2005.

Na lista dos envolvidos, parlamentares, que recebiam bilhetes e os repassavam a parentes, assessores e até pessoas alheias aos quadros da ALE/RO. Era uma verdadeira farra com o suado dinheiro do contribuinte.

Alguns dos envolvidos na pândega permanecem em plena atuação política e estão em campanha eleitoral tentando a reeleição, sem nenhuma restrição judicial ou qualquer que seja o empecilho capaz de tirar-lhes o bom humor, pois sempre aparecem na mídia esbanjando alegria.

Outros, execrados do mapa pela vontade soberana do povo, continuam rindo à toa, ostentando o extraordinário patrimônio
que acumulam na vida pública, à custa do sofrimento de milhares e milhares de rondonienses, e ainda têm a cara de pau de aparecer na TV criticando a corrupção e pregando a moralidade da coisa publica, como se nada tivesse acontecido.

A ALE/RO sempre foi um manancial de denúncias escabrosas. Além do escândalo das passagens áreas, tivemos o da folha de pagamento paralela, o mensalinho e outras tantas bandalheiras de triste memória, que enxovalharam a imagem daquela
casa, colocando-a no topo do ranking das instituições mais desacreditadas no conceito da sociedade.

O Ministério Público de Rondônia fez o seu papel, denunciando os mentores e beneficiários do festim. Espera-se que a Justiça coloque logo um ponto final nessa vergonhosa história, embora parcela significativa da população não acredite que haverá punição aos que dilapidaram o patrimônio público.

Para ela, reina a impunidade. Mas há os que, à semelhança do colunista, ainda não perderam a confiança nas instituições.
O trabalho do MP, tanto no caso das passagens áreas quanto noutros episódios envolvendo o desvio de recursos públicos, não redundará em vão. Que os eleitores fiquem de olhos muito atentos para não cair nas promessas desses falsos messias e que, desta vez, a Justiça seja feita.