Os piadistas do programa eleitoral - Valdemir Caldas

Paradoxalmente, vivemos numa democracia, mas ainda somos obrigados a votar e trabalhar no dia da eleição.

Publicada em 01 de September de 2014 às 09:55:00

O programa eleitoral obrigatório tem momentos que provocam gargalhadas, pelas colocações inusitadas de certos candidatos, que evidenciam total desprezo pela capacidade de análise dos ouvintes e telespectadores.

As promessas feitas aos rondonienses por muitos deles são a maior imoralidade, pois sabem que não têm a menor possiblidade de colocá-las em prática. O pior de tudo é que muitos eleitores continuam acreditando nos trapaceiros, que insistem em permanecer mamando nas flácidas tetas do erário.

De uma forma ou de outra, a população tem-se defrontado, todos os dias, nos rádios e nos vídeos, com uma sucessão de cidadãos, que traduzem, em simples palavras, ou através da arte criativa da imagem, explorada por profissionais da publicidade, as suas ideais e concepções a respeito da gravidade da problemática que a atormenta, cada um deles apresentando a sua visão de como os problemas poderão ser atacados e solucionados.

Há, em quase todos eles, tendências falsas na apresentação de propostas voltadas à resolução dos graves e complicados
problemas sociais. Muitos proclamam, em alto e bom som, que, uma vez no poder, será assim, assado e cozido. Pura balela. O povo, já desiludido, sabe que estão mentindo, deslavadamente, como verdadeiros impostores. Poucos são os que conseguem formular propostas palatáveis.

O pessoal do time quase que inteiramente desconhecido, que está ali perfeitamente convicto de que não tem absolutamente
nenhuma condição de ser brindado com uma votação, digamos, expressiva, sai-se com formulações que incursionam pelo campo do patético, tudo compondo um caleidoscópio alucinante de ideias que concorrem para aumentar ainda mais a confusão na cabeça dos desavisados.

A turma dos revigorados na Fé, tenta passar a imagem de pessoas tementes a Deus. Um deles – pasmem! - disse que escolheu o número 35, após os dois números do seu partido, porque é um Salmo que ele gosta muito e com o qual se identifica. O Salmo diz: “Pleiteia, Senhor, com aqueles que pleiteiam comigo; peleja contra os que pelejam contra mim”. Quanta desfaçatez!Quer dizer, o cidadão nem concluiu o mandato e foi direto para a carceragem da Polícia Federal, em Porto Velho, envolto numa teia de corrupção, capaz de fazer o diabo se benzer, e ainda tem a cara de pau de invocar o nome do Deus, querendo insinuar que todas as acusações que lhe pesam sobre seus ombros são obras de adversários contra os quais Deus precisa lutar. Tenha santa paciência!Quer dar boas gargalhas? Assista ao horário eleitoral obrigatório.

Paradoxalmente, vivemos numa democracia, mas ainda somos obrigados a votar e trabalhar no dia da eleição.