Para enfrentar agravamento da crise Rondônia terá de combater sonegação

Gessi Taborda

Publicada em 09 de December de 2016 às 10:32:00

FILOSOFANDO

Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons.” CÍCERO (106 a.C/43 a.C). Nasceu numa rica família da Roma Antiga, onde foi cônsul da República Romana em 30 a.C. Foi um dos maiores oradores e escritores da Roma Antiga, onde também foi advogado de sucesso e político proeminente.

 

BRUZUNDANGAS

Não. Explicações dadas ontem por juristas e operadores do direito sobre o desfecho do julgamento no STF que salvou Renan Calheiros, o presidente do Senado e do Congresso, não deverão servir de linimento para um povo no limite da paciência com políticos e instituições, cada vez menos representativos das aspirações da maioria dos brasileiros. Explicar que não havia base legal para afastar Calheiros da presidência do senado não é o mesmo que convencer a nós, meros pagadores de impostos dessa República que na verdade nada tem de republicana. Cada vez mais aumenta nosso sentimento de que o Brasil está transformado no país das bruzundangas.

 

DE COSTAS

Na opinião de um simples escrevinhador de matérias jornalísticas e dessa coluna, ao salvar Renan o STF virou as costas para o povo brasileiro. Aliás, vou mais além: virou a Casa da Mãe Joana. Como acreditar na Justiça brasileira depois dessa? 

Réu por peculato (desvio de dinheiro público) e também no alvo de outros 11 inquéritos no STF (Supremo Tribunal Federal), o senador Renan Calheiros (PMDB) virou as costas para o oficial de Justiça, deixando-o esperando por mais de seis horas. E olha que o oficial de justiça tentou notificar Renan a deixar o cargo de presidente por duas vezes, sem sucesso.

 

PEITOU O STF

O senador simplesmente se recusou a deixar o cargo, com o apoio da Mesa Diretora do Senado -- sepultando aquela máxima de que ‘decisão judicial não se discute, cumpre-se’. Renan aguardaria até o julgamento da decisão no plenário do Supremo e ainda saiu atirando contra o Judiciário, como fez anteriormente, quando chamou um magistrado de ‘juizeco’. Peitou a Justiça. 

Diante desses fatos, o que não deverá ocorrer em estados como Rondônia onde se verifica nos dias de hoje o crescimento de intocáveis – alguns até condenados – que mantém influência nos diversos níveis do poder, mesmo quando foragidos da Justiça?

Certamente os “nossos corruptos” passarão acreditar que dá para vencer o judiciário. Afinal, após ser alvo da manifestação de domingo em todo o Brasil, o réu Renan saiu vitorioso. O Judiciário virou as costas para o país e se curvou, em um dia de vergonha suprema.

 

INCREDULIDADE

Deu no jornal: “As expectativas no empresariado em relação a Temer vêm se deteriorando tão rapidamente que está ficando difícil encontrar nesse meio pessoas que ainda acreditam nas chances do presidente de chegar a 2018.”

 

PARA O ANO

O mentor intelectual da turma do quibe para realizar no apagar das luzes dessa gestão municipal licitações está desolado. Uma decisão recente melou o esforço concentrado para fazer esse procedimento na contratação de serviços de informática. Segundo fontes o negócio era renovar um discutível contrato com a empresa que atende além da prefeitura a Assembleia Legislativa. Essa definição agora só vai acontecer na gestão do novo prefeito.

Outra derrota da turma do quibe acontecerá na licitação para o transporte coletivo urbano em caráter definitivo. Certamente o novo prefeito vai derrubar um jabuti colocado na árvore que, como disse um analista, sacramentaria o monopólio de quem fosse contratado pelo menos por 15 anos.

 

VÁRIOS NOMES

Quem vivia confortado com a ideia de que traquinagens do passado na captação de dinheiro público e no recebimento de propinas em Rondônia não viriam à tona é melhor se precaver. Nesse final de ano não haverá apenas o bimbalhar dos sinos natalinos. Ontem uma fonte qualificada garantia que vários nomes de políticos e burocratas rondonienses estarão na lista dos denunciados pela Odebrecht.

 

MÍDIA 

E tem mais: a fauna rondoniense é suprapartidária, adentrando por segmentos de quem está fora de cargos políticos no momento. Fala-se inclusive em esquemas de agências de publicidade, de grupos de comunicação, membros do mundo togado e até de jornalistas notórios por suas vinculações com nichos importantes do Poder. Tem muita gente que ficou rica rapidamente e vai descobrir as agruras de ter de devolver tudo e ainda custear caros advogados.

 

SONEGADORES

Se o governo tiver coragem de enfrentar os grandes sonegadores, disse ontem à coluna um analista de finanças públicas, vai conseguir fôlego para tocar as atividades da gestão rondoniense praticamente até o seu encerramento em 2018. Segundo tal analista “essa tática” já foi adotada no Estado, quando “Jerônimo Santana estava no governo e trouxe para do Paraná um certo Garanhão” que, com simples reuniões de contribuintes, aumentou em mais de 100% a arrecadação de tributos.

Sem medidas adicionais para o combate da sonegação, disse o analista, a crise na gestão de Confúcio deve aumentar e a população vai sentir ainda mais o efeito da calamidade que vai se instalando no estado.

 

ESCONDIDO

Ninguém do governo divulga a verdadeira situação da saúde pública no estado. E, de acordo com uma fonte do setor, a situação está longe de ser cor-de-rosa. O comentário de ontem dava conta de que o governo de Confúcio vai virar o ano com dezenas de milhões de restos a pagar. Municípios, instituições sociais, fornecedores e hospitais terão repasses menores. Com essa empurrada da dívida do ano para o próximo exercício a melhor alternativa para os usuários do sistema e evitar ficar doentes.

 

VAGAS NO IFRO

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), abriu as inscrições para o processo seletivo especial 2016/2 para o Curso Técnico em Informática para Internet Concomitante ao Ensino Médio, na modalidade EaD. São 980 vagas ofertadas em 12 polos/campi do IFRO, com ingresso no segundo semestre deste ano. As inscrições devem ser feitas até o dia 15 de dezembro presencialmente nos polos ou campi da instituição.

 

NA BOA

Até hoje – e sem uma explicação plausível – vários servidores acusados de participação no rombo praticado contra a Assembleia Legislativa (alguns chegaram a ser presos) pela quadrilha liderada por Carlão de Oliveira, ex-presidente da ALE, continuam ocupando cargo de confiança – ou de simples aspone – quando deveriam estar exonerados há muito tempo. Certamente o presidente da Casa, deputado Maurão de Carvalho, não deve estar a par dessa situação.

 

VENENO

O brasileiro consome em média 5,2 litros per capita de agrotóxico. No Centro-Oeste, a média é bem mais alta. A revelação foi feita por Carla Bueno, da Campanha Permanente contra o Agrotóxico. O termo utilizado para amenizar a resistência ao agrotóxico, com o projeto de lei 3.200, vai considerar os defensivos agrícolas como “defensivos fitossanitários”.