Para prefeito, adicional é uma bomba relógio pronta para explodir em 4 anos

Com o fim do quinquênio para futuros servidores, Município vai economizar cerca de R$ 100 milhões.

Publicada em 10 de fevereiro de 2017 às 08:23:00

A polêmica em torno do fim do pagamento do quinquênio – adicional por tempo de serviço – aos servidores da prefeitura foi esclarecida na tarde desta quinta-feira (9) pelo prefeito de Porto Velho, dr Hildon Chaves, durante coletiva de imprensa, em seu gabinete. O prefeito começou esclarecendo que o adicional é uma gratificação que vem sendo extinta no país há mais de 15 anos, mas que em Porto Velho só afetará futuros servidores que vierem a ser concursados. “Não vai haver perdas para quem tem o direito ao pagamento”, assegurou.

Dr Hildon disse que num momento de crise econômica, com municípios e estados quebrados por equívocos administrativos, num cenário de inflação que no ano passado chegou-se a 10%, sua gestão busca preservar os gastos com a folha de pagamentos. Segundo ele, o aumento vegetativo da folha provocado pelos quinquênios, infla a folha em índices bem superiores à inflação.

O prefeito chamou o quinquênio de “bomba relógio” e disse que se nada for feito agora, “a situação vai ficar insustentável. A bomba está pronta para explodir nos próximos três a quatro anos”. Ele exibiu um estudo que mostra os impactos nos próximos anos, que podem ultrapassar R$ 100 milhões até 2021.

“Não podemos manter uma despesa fixa crescente com uma receita variável em queda. Nossa expectativa de reverter a queda da receita é para 2018”, disse, explicando que os estudos feitos pela Secretaria Municipal da Administração mostram que os impactos do pagamento de quinquênios neste ano é de R$ 17,58 milhões; em 2018, de R$ 13,17 milhões; em 2019, R$ 15 milhões e em 2020 R$ 17,58 milhões. Essa soma chega a R$ 64 milhões, porém há um grupo de quatro mil servidores que se fosse incluído aumentaria esses gastos em mais R$ 40 milhões, elevando a conta toda a mais de R$ 100 milhões.

“É preciso ter coragem e responsabilidade para com o município e principalmente com a população. Fazemos esses ajustes em respeito ao povo e ao próximo mandatário. Temos demandas enormes. Porto Velho parou no tempo, temos uma dívida enorme com toda a população, não é só com servidores. Aqui falta drenagem, falta esgoto, falta água, falta asfalto, falta educação, falta saúde, enfim, precisamos dar uma resposta a tudo isso”, disse. Segundo ele, na gestão de Roberto Sobrinho a capital tinha seis mil servidores. “Hoje, 12 anos depois, temos quase 13 mil servidores. Mais que dobrou. Fizemos um estudo comparativo com outras cidades do porte de Porto Velho e constatamos que a média de servidores é de oito a nove mil servidores”.

Participaram da coletiva juntamente com o prefeito o presidente da Câmara Municipal, Maurício Carvalho, o secretário da Administração, Alexei Oliveira, o procurador-geral do município, José Luiz Storer Junior e os vereadores, Alan Queiroz, líder do prefeito, Márcio do Sitetuperon, Marcelo Cruz, Jacaré, Márcio Miranda, Zequinha Araújo, Edwilson Negreiros e Pastor Edézio.

 

Texto e fotos Comdecom